Resumo

O modelo de negócios de redes de franquias emergiu como um dos métodos mais utilizados para fazer negócios na economia global, sendo considerado uma das estratégias mais populares para empresas quando se deslocam para mercados internacionais. Nos últimos anos, pesquisadores tem explicado a internacionalização de redes de franquias sob diferentes perspectivas, este estudo encontra-se na corrente de pesquisa de macro perspectiva; nele será abordada a seleção de mercado de atuação internacional pelo ponto de vista da teoria institucional, especificamente da dimensão cultural.

O objetivo deste estudo é analisar o processo de internacionalização das redes de franquias e identificar se há isomorfismo entre as preferências institucionais culturais de redes de franquias de diferentes países, mas que apresentam uma mesma base cultura, no processo de seleção de países para expansão internacional.

Este estudo é baseado no modelo de internacionalização de Uppsala, idealizado por Johanson e Vahlne, que suporta o argumento da preferência por mercados culturalmente próximos, e nas medidas culturais de Hofstede. Além disso, utilizou-se dos estudos sobre internacionalização de redes de franquias pertencentes a macro perspectiva, cujo foco é o país de destino e seu impacto na internacionalização da rede de franquia, baseando-se na ideia de que as redes de franquia são atraídas para economias desenvolvidas, com semelhanças culturais e políticas em relação ao seu país de origem.

A amostra da pesquisa é composta de 197 redes de franquias internacionalizadas, originadas em quatro países, sendo dois emergentes, Brasil e Argentina, e dois desenvolvidos, Portugal e Espanha. Esses países foram escolhidos porque apresentam similaridades culturais, devido ao vínculo histórico. A caracterização da dimensão cultural dos países de destino será realizada por meio dos 6 aspectos-chaves culturais definidos por Hofstede. A pesquisa realizada foi quantitativa, utilizando-se a técnica de regressão linear múltipla.

Os resultados mostraram que, tanto na análise do índice cultural bruto quanto na análise da distância cultural, as redes dos países emergentes e dos desenvolvidos apresentam divergência nas preferências culturais na escolha no país de destino para internacionalização.

O comprometimento internacional das redes de franquias está associado aos índices culturais de Hofstede, sendo que os índices variam segundo a origem da rede de franquia, de mercado emergente ou desenvolvido. Além disso, houve indicações de que redes de franquias provenientes de mercados emergentes procuram países mais próximos culturalmente para internacionalizar, enquanto para as redes de mercados desenvolvidos a proximidade cultural não é condicionante.

DANT, R. P.; GRÜNHAGEN, M. International Franchising Research: Some Thoughts on the What, Where, When, and How. Journal of Marketing Channels, v. 21, n. 3, p. 124–132, 2014. HOFFMAN, R. C.; MUNEMO, J.; WATSON, S. International Franchise Expansion: The Role of Institutions and Transaction Costs. Journal of International Management, v. 22, p. 101–114, 2016. MELO, P. L. R. et al. The Impact of Institutional Environment: Latin America Franchise Chains Internationalization. Thunderbird International Business Review, 61(2) 217-228, 2019.