Resumo

Título do Artigo

INFLUÊNCIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA RELAÇÃO ENTRE FOLGA FINANCEIRA E DESEMPENHO
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Palavras Chave

Governança Corporativa
Folga financeira
Desempenho

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Lucas Antônio Vargas
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Chapecó
2 - GEOVANNE DIAS DE MOURA
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis e Administração
3 - Silvana Dalmutt Kruger
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Chapecó
4 - Maria Regina Martinazzo
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Reumo

A folga financeira pode promover incentivos para a geração de inovações, reduzir conflitos entre funcionários e servir como uma área de escape em períodos de turbulências. Por outro lado, também pode ser considerada como forma de desperdício de recursos e impactar negativamente no desempenho, visto que os gestores das empresas podem gastar os recursos excedentes (folga) em benefícios próprios, aumentando o nível de conflitos de agência. Nessa relação, a governança corporativa tem papel fundamental ao mitigar conflitos e tornar a folga benéfica para o desempenho.
O presente estudo, pauta-se na seguinte questão de pesquisa: qual a influência da governança corporativa na relação entre folga financeira e desempenho das companhias abertas brasileiras? Então, o estudo tem o objetivo de verificar se governança corporativa exerce influência na relação entre folga financeira e desempenho das companhias abertas brasileiras. Cabe ressaltar que ainda é reduzido o número de estudos que analisaram, especificamente, a influência da governança corporativa na relação entre folga financeira e desempenho econômico em empresas brasileiras.
Estudos empíricos que tratam sobre o tema governança corporativa (GC), demonstram a relação entre os agentes e o principal (JENSEN; MECKLING, 1976). A GC torna-se um mecanismo para minimizar os conflitos entre o agente e principal, favorecendo a maximização do desempenho (BERLE; MEANS, 1932; JENSEN; MECKLING, 1976, TIROLE, 2010). Neste sentido, se espera que a GC fortaleça a relação positiva entre folga e desempenho, vez que a GC é capaz de mitigar os problemas de agência oriundos da folga, melhorando o desempenho das empresas (LEE, 2012). Tais argumentos sustentam as hipóteses do estudo.
O estudo teve por objetivo verificar se a governança corporativa exerce influência na relação entre folga financeira e desempenho das companhias abertas brasileiras no período de 2011 a 2017. Realizou- se uma pesquisa descritiva, realizada por meio de análise documental e abordagem de cunho quantitativo. Os dados foram obtidos no website da B³, nos Formulários de Referência e no banco de dados Economatica®. Inicialmente foram feitas análises descritivas e posteriormente utilizou- se a técnica de dados em painel.
A análise evidencia relação positiva entre desempenho e governança corporativa, ou seja, empresas com níveis mais elevados de GC tendem a ter melhor desempenho, bem como, empresas que possuem maior folga financeira possuem melhor desempenho, medido pelo ROA e ROE. É possível confirmar a hipótese de que a governança exerce influência positiva como variável moderadora na relação entre folga financeira e o desempenho das organizações.
Os resultados revelaram que GC fortalece a relação positiva entre a folga financeira e o desempenho. A GC torna-se mais evidente, nas empresas em que existem níveis elevados de folga financeira, pois, ela garante segurança contra períodos de instabilidade econômica. Constatou-se que a governança pode mitigar o comportamento oportunista de gestores, reduzindo a possibilidade de uso indevido da folga e contribuindo de forma indireta para aumento do desempenho.
JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of financial economics, v. 3, n. 4, p. 305-360, out. 1976. DOI: https://doi.org/10.1016/0304-405x(76)90026-x. LATHAM, S. F.; BRAUN, M. R. The performance implications of financial slack during economic recession and recovery: observations from the software industry (2001-2003). Journal of Managerial Issues, v. 20, n. 1, p. 30-50, 2008.