Resumo

Título do Artigo

O BALANCED SCORECARD APLICADO AO SETOR PÚBLICO: O CASO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DOS ESTADOS DO BRASIL E DO DISTRITO FEDERAL
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Palavras Chave

Balanced Scorecard
Administração Pública
Tribunal de Justiça

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Luiza Natalle de Andrade Farias
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA (UEPB) - Campina Grande Campus I
2 - Roseane Patrícia de Araújo Silva
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3 - Mamadou Dieng
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4 - Vania Vilma Nunes Teixeira
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA (UEPB) - Campus I

Reumo

Um novo modelo de administração pública tem se tornado cada vez mais popular no mundo, o chamado New Public Management (NPM) ou Nova Gestão Pública (NGP), que apresenta como principais eixos a eficiência, eficácia e competitividade. Com esse novo viés de gerencia pública, os métodos de mensuração de desempenho e sistemas gerenciais usados pela iniciativa privada também passam a ser utilizados pelas organizações do setor público, entre eles, o Balanced Scorecard (BSC). A exemplo de organização que utiliza essas novas práticas existe o Conselho Nacional da Justiça (CNJ).
Propôs-se a seguinte questão problema: os modelos de BSC desenhados pelos Tribunais de Justiça dos estados do Brasil e do Distrito Federal estão alinhados de acordo com o proposto na literatura, bem como, seguem a mesma linha de raciocínio estratégico por realizarem a mesma atividade? Delineou-se como objetivo averiguar se os modelos de Balanced Scorecard - BSC desenhados pelos Tribunais de Justiça – TJ dos estados do Brasil e do Distrito Federal, estão alinhados conforme preconiza à literatura, bem como, se seguem a mesma linha de raciocínio estratégico por realizarem a mesma atividade fim.
Assim como Kaplan e Norton (2000, 2004), diversos autores realizaram estudos quanto às adaptações do BSC necessárias para que o sistema possa ser útil ao setor público. Desde desenvolvimento de novas estruturas para determinadas organizações públicas (AL-HAJ e ATIEH, 2016; GHELMAN e COSTA, 2006; BARROS e RODRÍGUEZ, 2004; BASTIDAS e FELIU, 2003; NIVEN, 2003; OLVE et al, 2000) à análise da utilização de indicadores, de missão ou visão, utilizados no BSC para o planejamento estratégico das organizações desta natureza (BLONSKI et al., 2017; MEDEIROS et al., 2015; TORRES e NOBRE, 2018).
Trata-se de um trabalho exploratório e documental, com abordagem quali-quantitativa e utilizou a técnica de análise de conteúdo nos documentos que reportavam informação sobre o BSC disponibilizados nos websites dos Tribunais de Justiça dos 26 estados do Brasil e o TJ do Distrito Federal. Uma vez coletados os dados, os mesmos foram tratados, descritos e expostos em gráficos e tabelas.
Os principais resultados denotam: (i) estrutura básica com três perspectivas: sociedade, processos internos e recursos, na maioria dos mapas avaliados; (ii) perspectivas financeira e clientes adaptadas para seu tipo de atividade; (iii) objetivos estratégicos, em sua maioria, de acordo com a individualidade de cada TJ. Encontra-se semelhanças entre a quantidade de perspectivas utilizadas por cada TJ e a região geográfica na qual o mesmo está inserido. Dos 149 objetivos estratégicos existentes, 134 são exclusivos de cada tribunal, denotando-se, apenas 6 objetivos comuns.
Os achados indicam que toda a amostra utiliza o mapa estratégico, propagado pela literatura do BSC. Estes, por sua vez, apresentam-se alinhados com a literatura por realizarem adaptações necessárias pré-estabelecidas pela academia. Denota-se a existência de semelhanças nos desenhos dos mapas estratégicos, no entanto, destacam-se características idiossincráticas na sua elaboração.
KAPLAN, R. S. Conceptual Foundations of the Balanced Scorecard. Harvard Business School Accounting & Management Unit Working Paper No.10-074, 2010. ______. The Balanced Scorecard for Public-Sector Organizations. Harvard Business School Publishing, 2001. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Organização orientada para a estratégia: como as empresas que adotam o Balanced Scorecard prosperam no novo ambiente de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000. ______. Mapas Estratégicos:Convertendo Ativos Intangíveis em resultados tangíveis(Strategy Maps). Trad. Afonso Celso de Cunha Serra. Rio de Janeiro: Elsevier