Resumo

Um capital social voltado à hospitalidade levando-se em consideração o conflito cultural de gerações dentro do segmento de turismo para a melhor idade é o que buscou-se refletir neste artigo. Levando-se em consideração números do mercado, discussões sobre o perfil das gerações, aqui classificadas de acordo com Souza (2007) como “nativos digitais” e “imigrantes digitais”, a finalidade deste artigo é refletir sobre os impactos dessa inversão de pirâmide etária para as relações interpessoais dentro do contexto da hospitalidade para o turismo da melhor idade.

Dentro da perspectiva apresentada anteriormente, surge pergunta problema deste artigo: Como desenvolver um capital social voltado à hospitalidade levando em consideração o conflito cultural de gerações (entre nativos digitais e imigrantes digitais) dentro do segmento de turismo para a melhor idade? É sob esse tema que buscou-se aqui como objetivo refletir sobre hospitalidade, comunicação e o cenário do conflito de gerações para o turismo da melhor idade, levantando alguns aspectos da literatura atual sobre hospitalidade dentro do conceito de relações sociais de Camargo (2015).

Aspectos sobre hospitalidade, comunicação e o cenário do conflito de gerações para o turismo da melhor idade foram levantados para compor uma reflexão dentro do conceito de relações sociais de Camargo (2015), bem como os conceitos de comunicação de Frade (1991), Berlo (1997) e Kotler (2002), tão necessários para o ciclo da hospitalidade. Conceitos de capital social são de Bourdieu trazidos por Castilhos (2002) e Putman (2000).

A abordagem utilizada para essa pesquisa foi de caráter exploratória, já que este artigo é a fase inicial para o contato com o fenômeno do conflito de gerações e que, com base em dados secundários, deu-se a partir de revisão bibliográfica, levantamento de informações e dados documentais em artigos de revistas especializadas, sites de Internet e congressos e, em especial, um levantamento estatístico nos anais dos Seminários SemeAD de 2008 a 2018 a fim de justificar o impacto deste estudo para a academia.

De acordo com Loureiro (2019), em onze anos, o Brasil terá invertido sua pirâmide etária, e o número de idosos chegará a 41,5 milhões contra 39,2 milhões de jovens até 14 anos. À este contexto, soma-se as diferenças culturais geracionais: os envolvidos no processo de relacionamento para o estabelecimento da hospitalidade contará com a interferência de um conflito tecnológico. Assim sendo, fica nítida a importância de se compreender e ampliar as discussões sobre as correlações implícitas entre capital social e comunicação para o desenvolvimento da hospitalidade.

Dentro dessas pressuposições, percebe-se o quão complexo é o processo da hospitalidade e que se faz necessário novos olhares para as relações interpessoais, como já propôs Camargo (2015), refletindo sobre as habilidades e competências pessoais levando-se em consideração os conflitos geracionais, e como eles se evidenciam no processo comunicacional, tanto em nível comunitário quanto institucional dentro do segmento de turismo para a melhor idade.

Berlo, D., (1997). O Processo da Comunicação. Introdução à teoria e a prática (8ªed.). São Paulo, Martins Fontes. Camargo, L. O. de L., (2015). Os interstícios da hospitalidade. Revista Hospitalidade. São Paulo, v. XII, n. especial, pp. 42-69, mai. Retirado de https://www.revhosp.org/hospitalidade/article/download/574/643 Frade, P. M. (1991). Comunicação, in Manuel Maria Carrilho (dir.) Dicionário do Pensamento Contemporâneo. Lisboa, Portugal, Publicações D. Quixote, pp. 45-56. Kotler, P., (2000). Administração de Marketing (10ª ed.), São Paulo, Prentice Hall.