Resumo

Título do Artigo

CONSUMO E VEGANISMO: COMPREENDENDO A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE VEGANA ATRAVÉS DO CONSUMO
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Palavras Chave

Consumo
Identidade
Veganismo

Área

Marketing

Tema

Consumo e Materialismo

Autores

Nome
1 - Lidiane Cecília Rodrigues de Paiva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Campus Rio Paranaíba
2 - Gilberto Venâncio Luiz
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Campus Rio Paranaíba

Reumo

O ato de consumir é comum a todas as pessoas e influencia diretamente na constituição de grupos, além de modificar culturalmente uma sociedade (KAMINSKI, 2010). Assim, as práticas de consumo podem ser vistas como canais de construção e afirmação das identidades. No Brasil, um grupo de consumidores que vem crescendo são os veganos, isto é, pessoas que não consomem nenhum tipo de produto que seja de origem ou fruto de exploração animal. No entanto, apesar das evidências de crescimento do mercado vegano, poucos trabalhos científicos têm se dedicado ao estudo desses consumidores em especial.
Com base na carência de estudos que relacionem a construção de identidade do público vegano por meio da sua forma de consumir, estabeleceu-se o seguinte problema de pesquisa: como os veganos constroem a sua identidade por meio do consumo? Logo, o objetivo central deste trabalho é identificar como os consumidores veganos constroem a sua identidade social através das suas práticas de consumo.
A fundamentação teórica utilizada embasa-se em conceitos apresentados na literatura sobre consumo, identidade e a relação que existe entre ambos. Slater (2002) relata que na sociedade contemporânea as relações sociais dos indivíduos acontecem em torno da busca de definição de suas identidades e o consumo é a maneira encontrada para definirem quem são e construírem sua identificação perante a sociedade. Ademais, apresenta o veganismo e a sua proposta enquanto um movimento de ressignificação ética e moral, com o intuito de lutar contra qualquer tipo de exploração animal (TRIGUEIRO, 2013).
O processo de desenvolvimento do modelo teórico revelou um total de oito macrocategorias interligadas a uma categoria central, Identidade Vegana. A identidade vegana compreende um novo estilo de vida, o qual é construído como um projeto e não como algo momentâneo e passageiro. Ela compreende novas formas de consumir, de trabalhar, de se alimentar, ou seja, é uma ressignificação geral de valores e práticas que trazem à tona a relação humanos/animais.
O processo de desenvolvimento do modelo teórico revelou um total de oito macrocategorias interligadas a uma categoria central, Identidade Vegana. A identidade vegana compreende um novo estilo de vida, o qual é construído como um projeto e não como algo momentâneo e passageiro. Ela compreende novas formas de consumir, de trabalhar, de se alimentar, ou seja, é uma ressignificação geral de valores e práticas que trazem à tona a relação humanos/animais.
Observou-se que o consumo reflexivo é um dos fatores primordiais na construção da identidade vegana, visto que o estilo de vida vegano impõe aos seus adeptos a necessidade de agir conscientemente perante as suas ações. Isso significa dizer que é através dos atos de consumo que as considerações éticas e morais defendidas pelo movimento vegano são transformadas, de fato, em ações práticas, ou seja, é a forma de consumir que diferencia o público vegano dos demais e que permite ao mesmo tempo a construção e afirmação da sua identidade.
KAMINSKI, Evelyse. Consumo: uma construção identitária cultural na sociedade contemporânea. Revista de Estudos da Comunicação, v. 11, n. 24, 2010. SLATER, Don. Cultura do consumo & modernidade. São Paulo: Nobel, 2002. TRIGUEIRO, Aline. Consumo, ética e natureza: o veganismo e as interfaces de uma política de vida. Revista Internacional Interdisciplinar - INTERthesis, v. 10, n. 1, p. 237-260, 2013.