Resumo

Título do Artigo

RENTABILIDADE DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO BRASILEIRAS: um mapeamento dos determinantes
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Palavras Chave

Rentabilidade
Cooperativas de Crédito
Setor Bancário

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital, Valor e Reestruturações

Autores

Nome
1 - João Paulo Santa Cecília Moraes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Campus Santa Mônica
2 - Laura de Amorim Lana Dib
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Gestão e Negócios
3 - KELLEN SILVA FREITAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Santa Mônica
4 - Cristiano Augusto Borges Forti
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN - Faculdade de Gestão e Negócios

Reumo

As operações de crédito do setor bancário atingiram quase 3,1 trilhões de reais em 2017 e o lucro líquido 82,9 bilhões. Junto a esses números, as cooperativas de crédito vem apresentando crescimento no Brasil e no mundo, o que intensifica a concorrência com bancos múltiplos de diferentes focos. Contudo, apesar da crescente relevância das cooperativas no cenário bancário brasileiro, sua participação no Sistema Financeiro Nacional (SFN) ainda é baixa, principalmente se comparada a países desenvolvidos, o que representa grande potencial de desenvolvimento do setor no Brasil.
Este trabalho busca responder ao seguinte problema de pesquisa: Quais os indicadores influenciam a rentabilidade das cooperativas de crédito no Brasil? Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é entender o que determina a rentabilidade dos ativos (ROA), patrimônio líquido (ROE) e margem de juros líquida (NIM) para o universo das cooperativas de crédito brasileiras.
As cooperativas de crédito são associações autônomas de pessoas unidas voluntariamente e baseada em valores de autoajuda, autorresponsabilidade, democracia, igualdade e solidariedade. Possuem papel de democratização do acesso aos serviços financeiros e responsabilidade social junto à comunidade, o que as distinguem das demais instituições financeiras. O Brasil é o país da América Latina com maior número de cooperativas e maior ativo, contudo, a adesão de sua população é apenas a 11ª. Mesmo que estejam em evidência, estudos sobre os determinantes da rentabilidade ainda apresentam lacunas.
Para realização da pesquisa foi utilizado o banco de dados do Banco Central do Brasil (BC) entre os anos de 2001 e 2018, contemplando o universo amostral completo de instituições financeiras. O período escolhido se deu em virtude da disponibilidade dos dados para análise. Foram analisadas 12 variáveis independentes e 3 dependentes, sendo realizadas análise descritiva e regressões com dados em painel para três modelos. A seleção das variáveis se deu ante referencial teórico e a amostra final para análise dos modelos foi composta por 1.450 cooperativas de crédito e 17.871 observações.
Na análise descritiva, encontrou-se que, para o período estudado, as cooperativas foram mais rentáveis que os bancos, além de outras interessantes observações obtidas com as demais variáveis. Quanto aos modelos analíticos com regressões em painel, todas as variáveis apresentaram significância com pelo menos um modelo, sinalizando assim os determinantes da rentabilidade para as cooperativas de crédito brasileiras. Algumas variáveis apresentaram sinais iguais para os três modelos, enquanto outras responderam diferentemente de acordo com cada indicador de rentabilidade.
Os principais achados da pesquisa consistiram em relações significantes de todas as variáveis independentes com pelo menos uma das medidas de rentabilidade. Destaca-se de maneira geral que tamanho, provisões de perda com pagadores duvidosos e alavancagem impactam negativamente a rentabilidade das cooperativas, enquanto instituições mais eficientes e com mais postos de atendimento são mais rentáveis. As demais variáveis apresentaram comportamentos distintos entre as medidas de rentabilidade e, por isto, merecem cuidados maiores em relação à interpretação.
AARMA, A.; VAINU, J.; VENSEL, V. Bank Performance Analysis: Methodology and Empirical Evidence (Estonian Banking System, 1994–2002), The Journal of American Academy of Business, Cambridge, v. 2, n. 2, p. 56–62, 2004. FERREIRA, M. A. M.; GONÇALVES, R. M. L.; BRAGA, M. J. Investigação do desempenho das cooperativas de crédito de Minas Gerais por meio da Análise Envoltória de Dados (DEA). Economia Aplicada, Ribeirão Preto, v. 11, n. 3, p. 425-445, jul./set., 2007. HEFFERNAN, S.; FU, M. The Determinants of Bank Performance in China. Emerging Markets Group. Londres, jun., 2008.