Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE MULTINÍVEL DA DIVULGAÇÃO AMBIENTAL DE EMPRESAS BRASILEIRAS E ALEMÃS.
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Palavras Chave

Sistema Nacional de Negócios
análise multinível
divulgação ambiental

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Karla Vanessa Nogueira Maia Amorim
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Programa de Pós Graduação em Administração e Controladoria - PPAC
2 - Marcelle Colares Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC/DC/PPAC
3 - Manuel Salgueiro Rodrigues Júnior
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - Centro de Estudos Sociais Aplicados - CESA

Reumo

De acordo com Kolk (2010), partir da década de 1970 surgiram as primeiras preocupações com o que mais tarde seria conhecido por Responsabilidade Social e Ambiental Corporativa (RSC). Iniciou-se com uma preocupação por aspectos sociais, evoluiu na próxima década para as questões ambientais, até que em 1990 firmou-se com o que ficou conhecido como triple bottom line, que unia as questões social, ambiental e econômica. Nessa esteira, como salienta Kraemer (2001), aumentam as pressões sobre as empresas que, em resposta, vêm utilizando-se da accountability como canal de divulgação de suas ações.
Partindo-se da premissa de que a atuação das firmas em relação ao meio ambiente é influenciado pelo SNN, setor de atuação e suas características individuais, esse estudo pretende responder à seguinte questão de pesquisa: Qual a influência das pressões exercidas pelos níveis macro (SNN), médio (setores) e micro (firmas) na divulgação de práticas ambientais das empresas de setores ambientalmente sensíveis, da Alemanha e do Brasil? Dado esse questionamento, a pesquisa tem o objetivo de identificar a influência multinível na divulgação de práticas ambientais em empresas alemãs e brasileiras.
Com o propósito de descobrir os motivos que levam as empresas a um maior engajamento em atividades de RSC, estudos como os de Aguilera, Rupp, Williams e Ganapathi (2007); Lattemann, Fetscherin, Alon, Li e Schneider (2009) buscaram identificar os possíveis níveis de influência: micro (firmas), médio (indústria), macro (país). No presente estudo, utilizou-se o framework de Whitley (1999) para análise do nível macro, usando o conceito de Sistema Nacional de Negócios (SNN). No nível médio, observou-se os setores em que as empresas atuam e, no nível micro, tratou-se dos aspectos das corporações.
Foram utilizados dados de 93 empresas, sendo 40 listadas nas bolsas de valores de Frankfurt (Alemanha) e 53 da B3 (Brasil), dos setores considerados ambientalmente sensíveis. Para mensuração da variável dependente, utilizou-se os 34 indicadores relativos aos aspectos ambientais estabelecidos pelas diretrizes da GRI G4, obedecendo ao modelo de Fischer e Sawczyn (2013). As variáveis explicativas foram extraídas do Global Competitiveness Index (GCI) do World Economic Forum (WEF). Foram trabalhadas as técnicas de regressão com dados em painel e Modelo Hierárquico Linear (MHL).
As variáveis do sistema cultural: “Distanciamento do Poder” e “Aversão a Incerteza” foram significantes, mas com sentido contrário ao esperado, por isso, foram parcialmente aceitas. A variável “Individualismo vs Coletivismo”, também do sistema cultural, apresentou sentido igual ao esperado, sendo possível, portanto, aceitar a hipótese estabelecida. Também foram aceitas as variáveis do nível micro, relativas ao tamanho da empresa e desempenho financeiro e a variável do nível médio, relativa à influência do setor, conforme estabelecido pela análise hierárquica dos dados.
As características individuais das firmas (nível micro) possuem maior poder explicativo da divulgação ambiental nos dois países, com 74,1%. Orlitzky et al. (2015) chegaram a conclusão similar, comprovando que o nível micro explicar 44% da variância da RSC voltada para o meio ambiente. O setor da empresa foi o segundo fator com maior capacidade de explicação. Finalmente, os aspectos do ambiente institucional, representado pelo SNN dos países, mostraram poder explicativo quase nulo, quando analisados os países individualmente, mas no âmbito do total da divulgação ambiental alcançou 3,1%.
AGUILERA, R. V. et al. Putting the S back in corporate social responsibility: A multilevel theory of social change in organizations. Academy of Management Review, v.32, n.3, p.836–863, 2007. LATTEMANN, C. et al. Communication intensity in Chinese and Indian multinational companies. Corporate Governance: An International Review, v. 17, n. 4, p. 426-442, 2009. WHITLEY, R. Divergent capitalisms: The social structuring and change of business systems. Oxford, United Kingdom: Oxford University Press. 1999