Resumo

Este estudo objetiva analisar a lacuna sobre o fenômeno spillover do comportamento ambiental no contexto brasileiro, buscando analisar como a utilização de práticas sustentáveis em uma construtora cearense pode gerar alteração no comportamento e nas práticas diárias na vida privada dos trabalhadores.

Busca-se responder ao seguinte questionamento: Como o transbordamento de práticas sustentáveis de empresas da construção civil cearense geram mudanças comportamentais pró-ambientais, na vida privada de seus trabalhadores? Para isto, foram delineados os seguintes objetivos específicos: identificar as práticas sustentáveis adotadas pelas construtoras; como seus colaboradores as percebem em locais de trabalhos; averiguar o transbordamento dos comportamentos sustentáveis no comportamento da vida privada de diferente tipos de colaboradores: gestores e operários distintamente.

A fundamentação teórica, destacando-se as bases conceituais acerca de Sustentabilidade Organizacional na Construção Civil, desdobrando-se sobre Comportamento Ambiental nas Organizações e Comportamento “transbordando” de um locus: Spillovers.

Foi feita uma abordagem qualitativa exploratória, com visitas ao ambiente de trabalho e proposição de grupos focais, sendo realizada três seções de discussão nos grupos focais: um composto por engenheiros gestores e os outros dois compostos por grupos de operários. Utilizando um roteiro prévio e cartões ilustrativos de conceitos, dois pesquisadores conduziram os grupos focais.

Análise de conteúdo inspirada em Bardin (2011).

Os resultados apontaram para a compreensão dos conceitos relacionados a sustentabilidade e a identificação de práticas que ocorrem no ambiente de trabalho, e seu transbordamento (spillover) para a vida doméstica dos trabalhadores. Conclui-se a existência de spillover do trabalho para o lar mais intenso nos operários, comparativamente aos engenheiros gestores. No entanto, não fica claro se um comportamento racional ou a incorporação de um hábito é mais relevante no spillover, sendo um campo a ser explorado.

Steg & Vlek (2009); Campbell (2006); Crompton (2008); Young & Tilley (2006); Boiral (2005); Malerba (1992), Nadiri (1993); Bernstein & Mohen (1998); Monjon & Waelbroeck (2003); Cardamone (2018); Thøgersen (1999); Muster (2011); Muster & Schrader (2011); Margetts & Kashima (2017); Dolan & Galizzi (2015); Edwards e Rothbard (2000); Roth & Garcias (2009); Gregory-Smith et al. (2015); Verfuerth e Gregory-Smith (2018); Edwards e Rothbard (2000); Frezza et al. (2019); Cho et al. (2013) Süßbauer, E., & Schäfer, M (2018).