Resumo

Título do Artigo

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE INTELIGÊNCIA NAS ORGANIZAÇÕES POR MEIO DO ALINHAMENTO ENTRE A MATURIDADE ORGANIZACIONAL E NECESSIDADE AMBIENTAL
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Inteligência
Modelos de Maturidade
Análise do Ambiente

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Processo Estratégico nas Organizações

Autores

Nome
1 - Christiane Cunha Martini
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de administração
2 - Raquel Janissek-Muniz
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração

Reumo

Em ambientes cada vez mais complexos, o processo de Inteligência provê às organizações o suporte necessário para a criação de vantagens competitivas de longo prazo. Os Modelos de Maturidade são ferramentas úteis para analisar a evolução de processos por meio de uma escala de amadurecimento da organização em relação a um domínio. Esses modelos pressupõem que o nível de maturidade ideal é o mais elevado, quando o processo é considerado maduro, mas há abordagens que apontam a importância de alinhar o nível de maturidade de um processo com a necessidade exigida pelo ambiente externo à organização.
Enquanto os modelos de maturidade consideram a necessidade de evolução recorrente dentro da escala de maturação, há abordagens que defendem que as organizações não desperdicem esforços com o aprimoramento de atividades que não são cruciais para melhorar o desempenho organizacional. O objetivo deste estudo é analisar a existência de alinhamento entre o grau de maturidade do processo de Inteligência em organizações, com a necessidade da atividade de Inteligência exigida pelo seu ambiente externo. Este alinhamento é essencial para que não sejam desperdiçados recursos em atividades desnecessárias.
Inicialmente o estudo aborda a essência do conceito de Inteligência, que reside na ideia de estar atento ao ambiente externo à organização, monitorando e coletando sistematicamente informações que possam indicar, de forma antecipada, mudanças progressivas, descontínuas ou rupturas, com o objetivo de fornecer subsídios úteis para os decisores responderem de forma adequada. Em seguida é explorada a literatura relacionada aos Modelos de Maturidade, são apresentados alguns modelos desenvolvidos para avaliar o processo de Inteligência e por último é descrito o modelo de avaliação utilizado neste es
Foi conduzida uma pesquisa empírica aplicada através de um questionário online para analisar o grau de maturidade dos processos de Inteligência nas organizações, bem como se este grau de maturidade está alinhado ao grau de necessidade de processos de Inteligência exigidos pelo mercado em que a empresa atua. Foi utilizado um instrumento já validado para coleta de dados. O questionário foi respondido por 40 especialistas de Inteligência que atuam em empresas que operam no Brasil, sendo de serviços (35%), indústria (15%) e tecnologia (7%).
Os resultados demonstram que apenas 37% das organizações possuem processos de Inteligência implementados que estão de acordo com o que o seu ambiente exige, 43% possuem processos de Inteligência aquém do que é exigido pelo ambiente e 20% possuem processos estruturados que superam as exigências do ambiente, investindo esforços além do necessário na atividade, o que também é considerado prejudicial para a organização. O principal obstáculo enfrentado pelos especialistas em Inteligência que responderam à pesquisa é a falta de estrutura para apoiar as atividades de monitoramento do ambiente.
O objetivo de analisar a existência de alinhamento entre o grau de maturidade dos processos de Inteligência em organizações e o grau de necessidade de atividades de Inteligência exigidos pelo seu ambiente externo foi atingido. Apenas 37% das organizações participantes atingiram o alinhamento entre a maturidade e a necessidade de Inteligência, sendo consideradas vigilantes. O alto número de empresas desalinhadas demonstra que ainda há um longo caminho para a implementação de processos estruturados de Inteligência nas organizações brasileiras.
Becker, J., Knackstedt, R., & Pöppelbuß, J. (2009). Developing Maturity Models for IT Management. Business & Information Systems Engineering, 1(3), 213–222. Grim, T. (2009). Foresight Maturity Model (FMM): Achieving Best Practices in the Foresight Field. Journal of Futures Studies, 13(4), 69–80. Lesca, H., & Lesca, N. (2011). Weak Signals for Strategic Intelligence. London: ISTE Ltd and John Wiley & Sons. Rohrbeck, R., & Kum, M. E. (2018). Corporate foresight and its impact on firm performance: A longitudinal analysis. Technological Forecasting and Social Change, 129, 105–116.