Resumo

Título do Artigo

Capacidades Financeiras como um Microfundamento das Capacidades Dinâmicas: Implicações para o Crescimento das Firmas
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Capacidades Dinâmicas
Capacidades Financeiras
Microfundamentos

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Competitiva Baseada em Recursos

Autores

Nome
1 - Fabio Emanuel Farago
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - PPGA
2 - Felipe Mendes Borini
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
3 - Jane Mendes Ferreira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM

Reumo

As capacidades dinâmicas operam no interior das organizações por meio de capacidades operacionais. Enquanto diversas capacidades operacionais têm sido exploradas com frequência na literatura, como as de marketing e de P&D, uma capacidade essencial para a criação e desenvolvimento das capacidades dinâmicas tem sido negligenciado na literatura: as capacidades financeiras.
Este artigo tem como objetivo geral analisar as capacidades financeiras como um microfundamento das capacidades dinâmicas. A originalidade desta pesquisa reside em trazer as capacidades financeiras para o debate das capacidades dinâmicas.
As capacidades dinâmicas são operadas das organizações por meio de capacidades operacionais (Teece, 2018). Uma capacidade operacional que pode ser entendida como microfundamento das capacidades dinâmicas é as capacidades financeiras. Este artigo está alinhado com a noção de Mousavi, Bossink e Van Vliet (2019) e Vallaster et al. (2019), que entendem os microfundamentos como os elementos que podem habilitar as dimensões de monitoramento, apreensão e reconfiguração das capacidades dinâmicas. Na tentativa de entender o que são capacidades financeiras, nós nos inspiramos em Penrose (1959).
Este artigo é qualitativo, exploratório e um estudo de caso múltiplo. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas em profundidade em quatro startups selecionadas de acordo com o modelo proposto. Os dados foram tratados com análise de conteúdo categorial. Foram seguidas as condições de validade e confiabilidade da pesquisa exploratória proposta por Yin (2005), em quatro critérios: confiabilidade, validade de construto; validade interna e; validade externa. A triangulação foi feita ao considerar-se múltiplas fontes de evidência: entrevistas, websites e notícias de mídia.
Foram propostas quatro proposições com base na pesquisa empírica que versam sobre as capacidades dinâmicas, capacidades financeiras e suas implicações com o crescimento das firmas. A primeira proposição diz respeito a empresas com níveis elevados de capacidades dinâmicas e capacidades financeiras; a segunda refere-se a níveis baixos de capacidades dinâmicas e elevados de capacidades financeiras; a terceira diz respeito a níveis altos de capacidades dinâmicas e baixos de capacidades financeiras; e a quarta é referente a presença baixa de ambas as capacidades.
Nosso artigo procurou desenvolver o conceito de capacidades financeiras, mostrar como essas capacidades se configuram como microfundamentos de capacidades dinâmicas, e como a associação das capacidades financeiras e dinâmicas explicam o crescimento das firmas. Este artigo endereçou uma lacuna na literatura sobre capacidades dinâmicas. Enquanto maior parte dos acadêmicos poderiam reconhecer que as habilidades e conhecimentos sobre finanças são importantes para o crescimento organizacional, a literatura ainda não havia articulado e evidenciado o que são as capacidades financeiras.
Penrose, E. (1959). The Theory of the Growth of the Firm. Oxford University Press: New York. Teece, D. (2007). Explicating Dynamic Capabilities: The Nature and Microfoundations of (Sustainable) Enterprise Performance. Strategic Management Journal, 28: 1319–1350. Teece, D. (2017). Capability Theory of the Firm: An Economics and (Strategic) Management Perspective. Tusher Center on Intellectual Capital, Working Paper Series No. 20. Teece, D. (2018) Business models and dynamic capabilities. Long Range Planning 51, p. 40-49.