Resumo

Título do Artigo

MARCAS DO PODER NAS RELAÇÕES DE GÊNERO: IMPASSES E DESAFIOS
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Palavras Chave

Poder
Gênero
Sujeito

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Genero, Diversidade e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Rafael Maurício Moreira Horta
FACULDADE PITÁGORAS DE BELO HORIZONTE (FPAS) - Cidade Acadêmica
2 - Alex Fernandes Magalhães
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE

Reumo

Este trabalho tem por objetivo refletir sobre o exercício do poder nas relações de gênero que se estabelecem nas práticas de socialização, a partir de um viés crítico e interdisciplinar, apresentando suas possíveis expressões e efeitos sobre o sujeito e a sociedade. Para tanto, tomam-se como unidade analítica as relações de gênero e as possibilidades e problemas que lhes são inerentes na dinâmica social como forma de se contribuir com pesquisas e intervenções no contexto, com interesse marcadamente crítico e emancipatório.
Tomando como base que as construções subjetivas e performativas dos sujeitos são formadas através dos discursos sociais vigentes no contexto em que estes se encontram, compreendemos que também suas limitações e cerceamentos lhes são endereçados pelo mesmo viés. Assim, este trabalho tem por objetivo refletir sobre o exercício do poder discursivo nas relações de gênero que se estabelecem nas práticas de socialização, ampliar os olhares e práticas em Estudos Organizacionais Críticos, permitindo a construção de estratégias que visem proporcionar autonomia, poder e voz aos sujeitos minoritários.
Recorremos a autores críticos que não naturalizam a noção de poder e de gênero em suas proposições e estabelecem que tais relações emergem das trocas inter-subjetivas como construções dos próprios sujeitos e de seus espaços de socialização. Dessa forma, as contribuições do Construcionismo (Berger e Luckmann), do Estruturalismo Cognitivo (Bourdieu) e do Pós-estruturalismo (Foucault e Butler) aqui se convergem, num esforço dialógico, para se pensar como as marcas do poder são inerentes às praticas sócio-organizacionais e como elas se operacionalizam na constituição subjetiva dos envolvidos.
Buscou-se compreender as variabilidades de definição sobre o que é poder e quais são suas atuações nas construções discursivas, subjetivas e sociais, abarcando-se ainda as vicissitudes inerentes desse processo para focalizá-las em uma discussão a respeito do que é gênero. Posteriormente, analisaram-se os impasses inerentes às resultantes dessa primeira articulação no que diz respeito às práticas sociais e a constituição subjetiva e assim, por fim, poder pensar possibilidades de mudança neste processo, minimizando as formas de exclusão por gênero na socialização.
Após percorrer as expressões e nuances existentes nas marcas do poder nas relações de gênero, notaram-se as dificuldades existentes na promoção de discursos e atuações outras, que promovam maior autonomia, empoderamento e agenciamento de si, sem ocorrer no erro de contribuir para os processos de dominação e cerceamento do outro, principalmente no que diz respeito às performatividades de gênero. Conclui-se pela importância de trabalhos como este que permitam pensar tal problemática em leituras mais amplas, gerando estratégias de mudança social quanto às expressões de gênero.
BERGER, P.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. 36 ed. Petrópolis: Vozes, 2014. BOURDIEU, P. A dominação masculina. 12 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brazil, 2014. BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. BUTLER, J. A vida psíquica do poder: teoria da sujeição. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017a. BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 15. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017b. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 24. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.