Resumo

Título do Artigo

INFLUÊNCIA DA DISCRIÇÃO GERENCIAL NO DESEMPENHO DE UNIDADES SEMIAUTÔNOMAS
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Palavras Chave

DISCRIÇÃO GERENCIAL
CARACTERÍSTICAS DOS EXECUTIVOS
DESEMPENHO

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Abordagens sociais, organizacionais, cognitivas e históricas em Estratégia

Autores

Nome
1 - Julio Cesar Volpp Sierra
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
2 - Fernando Antonio Ribeiro Serra
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
3 - Leonardo Vils
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Memorial

Reumo

Hambrick e Finkelstein (1987) cunharam o termo discrição gerencial (DG), com o objetivo de conferir uma abordagem conciliatória entre dois pensamentos polarizados. DG refere-se à força que modera a ação dos indivíduos sobre o desempenho das organizações. Essa força recebe influência de três grandes eixos: 1) as características do ambiente no qual as organizações estão inseridas; 2) as características das próprias organizações; e 3) as características dos seus executivos.
Qual a influência das características dos executivos de unidades semiautônomas, das próprias unidades e do ambiente no qual estas unidades estão inseridas no desempenho dessas unidades? este estudo visa identificar se características dos executivos de unidades semiautônomas, das próprias unidades e do ambiente no qual as unidades estão inseridas podem afetar o desempenho das respectivas unidades semiautônomas.
Discrição gerencial, segundo Hambrick e Finkelstein (1987), surge da combinação de três elementos importantes: a) o quanto o ambiente permite mudança; b) o quanto a organização empodera o executivo para formular e executar ações e; c) o quanto o próprio executivo é hábil para promover uma visão própria e criar ações que levem a essa visão.Na obra de Crossland e Hambrick (2011), discrição gerencial é a conjunção das possibilidades criadas aos executivos em virtude da inabilidade de se criarem barreiras a todas as ações e decisões dos executivos e da eventual liberalidade concedida para sua ação
Este estudo é quantitativo. Executivos chefe de unidades semiautônomas em número suficiente para testar a validade das hipóteses foram selecionados na organização que compõe a amostra. A partir desta amostra de indivíduos, foram coletados dados primários de natureza demográfica e relativos aos construtos abordados no modelo proposto de hipóteses. Também, foram coletados dados por meio de formulário de pesquisa disponibilizado aos participantes, além de dados secundários, oriundos da organização, que complementam os dados de natureza demográfica e o desempenho das unidades.
Os resultados apresentados confirmam que a discrição gerencial existe e que seus principais elementos – as restrições e a amplitude para a ação dos executivos – são reais. Nesta seção, são discutidos os resultados das regressões de cada variável utilizada para testar as hipóteses. Todas as hipóteses propostas foram suportadas.
Este estudo atestou a existência da discrição gerencial em unidades semiautônomas, o que se caracteriza como contribuição à ciência, uma vez que estudos anteriores tinham se restringido a estudar o construto apenas em níveis de organização e país. Esta conclusão leva a outro avanço, atestando que as características individuais dos executivos chefes dessas unidades também se constituem como influenciadores do desempenho dessas unidades. Faz-se aqui um paralelo com a vasta Teoria do Alto Escalão, que demonstrou que as características do CEO e do TMT influenciam os resultados das organizações.
Finkelstein, S., & Hambrick, D. C. (1990). Top management team tenure and organizational outcomes: the moderating role of managerial discretion. Administrative Science Quarterly, 35: 484–503. Hambrick, D. C. & Finkelstein, S. (1987). Managerial Discretion: a bridge between polar views of organizations. 369-406. in: Cummings, L. L., & Staw, B. M. (eds). Research in organizational behavior. V.9. Greenwich. JAI Press. ...