Resumo

Título do Artigo

Teoria do Valor, Marx e formas contemporâneas de capitalismo
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Palavras Chave

Valor-Trabalho
Gig-Economy
Mercado de Capitais

Área

Finanças

Tema

Contabilidade e Sociedade

Autores

Nome
1 - VINICIUS GALANTE DE SOUZA
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - EAESP/SP

Reumo

A Teoria do Valor permanece uma discussão não encerrada, especialmente, no contexto dos arranjos capitalistas no século XXI, que dificultam a compreensão da geração e da distribuição do valor. Nesse contexto, a Teoria do Valor de Marx segue como uma das principais contribuições nesse debate para analisar os arranjos produtivos contemporâneos, nos quais a relação entre capital e trabalho é mediada por dispositivos eletrônicos móveis e aplicativos, e as variações e movimentos dos mercados de capitais se constituem como o elemento dinâmico das economias nacionais.
O problema de pesquisa tratado é a complexidade que assume a Teoria do Valor Trabalho no século XXI num contexto em que novos arranjos do sistema capitalista, que assumem novos novas concepções de relação capital-trabalho, recombinadas à tecnologia de dispositivos móveis, e que os movimentos instantâneos e articulados no mercado financeiro tendem a desafiar os entendimentos sobre a geração e distribuição do valor na sociedade, tendo como objetivo demonstrar que os fundamentos teóricos da Teoria do Valor Trabalho permanecem válidos e aplicáveis na atualidade.
O ensaio fundamenta-se na Teoria do Valor de Marx, especificamente, na Teoria do Valor-Trabalho, com ênfase no conceito de trabalho socialmente necessário e no modelo de circulação e distribuição do valor no mercado. Também está apoiado em outras correntes afiliadas à Teoria do Valor de Marx, como a “Temporal Single System”, entre as raízes da contabilidade e das finanças modernas, “Labor Process Theory”, uma abordagem da sociologia no trabalho, e na literatura recente sobre o fenômeno organizacional da “gig economy”.
A “imensa coleção” de ativos financeiros no séc. XXI é uma forma pós-moderna de representação do valor que sem a materialidade do valor-trabalho não se sustenta em si mesma. Todo o mercado financeiro existe enquanto veículos temporários para a circulação do capital, cujo destino é o encontro com o trabalho humano socialmente necessário. A descontinuidade do trabalho na gig economy não altera o diagnóstico de Marx sobre a decomposição da jornada em trabalho pago e não pago, que se evidencia na remuneração retida pela organização proprietária do aplicativo, capitalista nessa relação de produção.
Seja observando as especificidades do capitalismo no século XXI no mercado financeiro ou na “gig economy”, a Teoria do Valor em Marx fornece uma lente analítica precisa para a desmistificar a dinâmica da reprodução material da sociedade e a investigação sobre o valor. Considerando os novos arranjos produtivos e a peculiaridade da dinâmica da jornada de trabalho no século XXI, ou os movimentos do mercado financeiro e a racionalidade da geração (ou destruição) de valor, revela que a teoria de Marx permanece relevante por seus pontos analíticos cuja estrutura possibilita a compreensão.
ADLER, Paul; BANCO CENTRAL DO BRASIL; BRYER, Robert A; FLEETWOOD, Steve; FINE, Ben; SAAD-FILHO, Alfredo; FOLEY, Duncan K; CHANDLER, Dave; FUCHS, Christian; GANDINI, Alessandro; HARVEY, David; KEYNES, John Maynard; KIM, Changkeun; KING, John Edward; MARSH, David; MARX, Karl; ENGELS, Frederick; MAGNI, Carlo Alberto; SEWALL, Hannah Robie; TOMS, J. S; VENEZIANI, Roberto.