1 - Juliene Barbosa Ferreira UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FACIP
2 - Nayara Cristina Martins Pereira UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Campus Pontal
Reumo
Segundo a ABRAS (2018) 42% das perdas de vendas nas empresas são causadas pela falta de produtos nas gôndolas. Para o varejo virtual esse índice alcança o patamar de 32,7%. Neste contexto, um levantamento da produção científica sobre práticas de gestão de estoque no varejo virtual é relevante, podendo auxiliar na disseminação do conhecimento sobre o tema e permitir aos gestores acesso às informações sobre as práticas de gestão mais utilizadas, bem como orientações para o planejamento de políticas de estoque.
Quais as características da produção científica brasileira sobre as práticas de gestão de estoques no setor de varejo virtual? Este trabalho tem por objetivo analisar o perfil da produção científica sobre gestão de estoques para o varejo virtual, a partir das publicações dos anais dos congressos ENANGRAD, SEMEAD, ENEGEP e SIMPEP entre os anos de 2014 e 2018. Os objetivos específicos são: identificar e quantificar as publicações sobre o tema nesse período; identificar as ferramentas de gestão de estoque apresentadas nos trabalhos e; analisar a abordagem metodológica adotada em cada trabalho.
Uma das principais diferenças entre o varejo virtual e o tradicional encontra-se na gestão logística, desde a aquisição do produto até a distribuição e entrega. O varejo virtual exige um estoque reduzido ou estoque zero, pois alguns sites de compra fazem parceria com o fornecedor, neste caso, o produto não passa pelo vendedor virtual. Como consequência, o espaço para armazenagem também se torna reduzido, e até desnecessário. Para enfrentar o dilema da disponibilidade de estoques, as empresas devem estabelecer políticas estratégicas de estoques (BOWERSOX; CLOSS, 2007; PARENTE, 2015).
A maioria dos artigos sobre gestão de estoque foi publicado no congresso ENEGEP, que representa 70%,e 25% no SIMPEP. Mais de 55% dos artigos foi elaborada por dois e três autores, caracterizando 23,50% e 26,25%, respectivamente. Os principais autores sobre o tema, usados no referencial teórico dos artigos, são Ballou, Dias, Pozo, Chung Parente. Além destes autores, verificou-se que a maioria utiliza apenas referências nacionais, sendo que apenas 2 artigos utilizaram apenas referências internacionais. Verificou-se que 43,5% dos artigos utilizaram estudo de caso.
Verificou-se que as publicações sobre o tema nesse período, embora tenham apresentado uma taxa de crescimento de 2014 para 2018, no ano de 2014 no principal congresso de graduação em Administração não teve nenhuma publicação sobre o tema. Também foi possível identificar a maioria dos trabalhos são realizados por meio de estudo de caso, fazendo uso das principais ferramentas de gestão de estoque apresentadas na literatura. Questiona-se o motivo da baixa produtividade sobre o tema nos congressos de na área de administração, dada a importância da atividade de gestão de estoque para as empresas.
PARENTE, J. Varejo no Brasil: Gestão e estratégia. 1º ed. São Paulo: Atlas, 2000. 388 p.
SCHEIDEGGER, A. P. G.; FAVARETTO, F.; LIMA, R. da S. Gestão de estoques e políticas de reposição: um estudo bibliométrico da produção científica nas bases de dados web of science, scopus e scielo. In: XX Simpósio de Engenharia de Produção, 2013, Bauru, SP. 2013.
SILVEIRA, V. C. da; et al. Estudo da gestão de estoques a partir das publicações científicas nos últimos 10 anos. In: I Encontro Internacional de Gestão, Desenvolvimento e Inovação, Naviraí, MS. 2017.