Resumo

Título do Artigo

GASTOS PÚBLICOS E DESEMPENHO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS FEDERAIS BRASILEIRAS
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Palavras Chave

Gastos Públicos
Indicadores de desempenho
Gestão de Universidades Públicas Federais

Área

Administração Pública

Tema

Promoção da Eficiência, Otimização de Processos e de Recursos Públicos

Autores

Nome
1 - Cendyi Aparecida Paes de Barros do Prado
-
2 - Arilda Magna Campagnaro Teixeira
FACULDADE FUCAPE (FUCAPE) - Vitória

Reumo

Especificidades do processo de ingresso no ensino superior público brasileiro demandam estudos para identificar os elementos que influenciam seus resultados. Os recursos gerenciados pelas Universidades Federais vêm do Estado; e a restrição fiscal imposta pelos déficits orçamentários chegou à gestão dessas Universidades questionando a eficiência dos seus gastos. Esse contexto levou à interposição entre o papel dos gastos com educação e o desempenho das Universidades Federais, após os indicadores do Banco Mundial terem apontado que nas Universidades há muito gasto e pouco e desigual desempenho.
As Universidades têm autonomia para gastar, mas os destinos dos recursos são definidos por Lei Orçamentária Anual, e os critérios para gastos de investimento e desempenho são definidos pelo TCU. A forma de ingresso do aluno nas Universidades Públicas Federais segue padrão distinto ao de outros países – provas, cotas por segmento de renda, e etnia (50% das vagas ofertadas). O desempenho dessas Universidades está relacionado ao volume de recursos que gerenciam? O objetivo foi apontar os componentes dos gastos públicos em Universidades Públicas Federais brasileiras que explicam seus desempenhos
A cobrança sistemática por eficiência na administração pública motivou órgãos de controle e pesquisadores a buscarem indicadores de desempenho (Tanzi et al., 2003; Costa & Castanhar, 2005; Alesina & Ardagna, 2009). Em 2017 o Banco Mundial questionou os desempenhos da educação superior pública brasileira porque ela não atende nem 15% dos alunos; seus custos são mais altos que os das universidades privadas; não têm mecanismos para captar recursos da iniciativa privada. Suas despesas concentram-se em três grupos: Pessoal, Outras Despesas Correntes e Investimentos (STN, 2016, p. 76).
Foi uma pesquisa quantitativa e descritiva, com dados secundários de 63 Universidades, obtidos nos sítios eletrônicos do INEP, do Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento (SIOP), e dos Relatórios Anuais de Gestão das Universidades Públicas no período 2010-2016. Os resultados foram estimados através modelo de regressão linear com efeitos fixos, dados longitudinais em painel, com um estimador robusto, para controle da heterocedasticidade.
Os resultados sugeriram que a Despesa Total não impacta os indicadores de desempenho considerados, porque a maior parte é compulsoriamente destinada à folha de pagamento, que por sua vez corresponde a 80% dos valores liquidados pelas universidades. Esses resultados ratificam os de Hanushek (1996), Menezes-Filho e Pazello (2007), Rocha (2017), que identificaram que o aumento indiscriminado da folha - aumento do número de servidores ou por aumento salarial - não melhora o desempenho dos alunos.
Os resultados indicam que o Governo Federal deveria priorizar o direcionamento de verbas discricionárias e conter o gasto com folha. Entretanto, está ocorrendo o inverso. Então, há necessidade de melhorar as escolhas. Por exemplo, redução de verba para contratação de professores substitutos - já que gasto com pessoal não melhora o desempenho - e dos elevados valores pagos pelas Universidades Federais, arcadas pela União, de ICMS de suas contas de energia. Sobre questionamento do Banco Mundial sugere-se desmembrar as informações para ter mais transparência do destino e do efeito desses gastos.
Agasisti, T. (2014). The efficiency of public spending on education: an empirical comparison of EU countries. European Journal of Education, 49(4), 543-557. Almeida de Carvalho, C. H. (2015). A política pública de expansão para a educação superior entre 1995 e 2010 uma abordagem neoinstitucionalista histórica. Revista Brasileira de Educação, 20(60). Costa, E. M., Ramos, F. S., Souza, H. R., & Silva, J. L. M. (2012). Eficiência e desempenho no ensino superior: uma análise da fronteira de produção educacional das IFES brasileiras. Rev. Econ. Contemp., Rio de Janeiro, 16(3), 415-440.