Resumo

Título do Artigo

RECONHECIMENTO VERSUS DIVULGAÇÃO DE PROPRIEDADES PARA INVESTIMENTO: DETERMINANTES DO MERCADO BRASILEIRO
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Palavras Chave

Propriedade para investimento
Valor justo
Conservadorismo

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Antonielle Pagnussat
FUCAPE Business School - vitoria
2 - Talles Vianna Brugni
FACULDADE FUCAPE (FUCAPE) - ES
3 - Danilo Soares Monte-mor
-
4 - Maysa Oliveira de Melo Antonio
FACULDADE FUCAPE (FUCAPE) - Vitória - ES

Reumo

O processo de escolha entre custo histórico e valor justo, provavelmente, dependerá de circunstâncias específicas da firma (QUAGLI; AVALLONE, 2010). Isso porque, enquanto o valor justo fornece ganhos mais previsíveis e oportunos, sendo mais orientado para fluxos de caixa futuros, o método de custo, ao contrário, suporta conservadorismo, suavidade e qualidade do acréscimo, por reconhecer alterações de valor apenas quando estas são realizadas (FRANCIS et al., 2004).
Considerando a possibilidade de escolha entre um ou outro método e o impacto direto de cada um no resultado, este estudo verifica, no cenário brasileiro, se o montante que empresas aplicam em PPI influencia a probabilidade de reconhecimento desses ativos a valor justo e, adicionalmente, se esse efeito depende de seus níveis de conservadorismo e endividamento.
Escolhas contábeis têm o poder de influenciar resultados de uma organização (FIELDS; LYS; VINCENT, 2001). A divulgação versus o reconhecimento de valores justos é uma das possíveis escolhas contábeis, sendo objeto bastante estudado (MISSIONIER-PIERA, 2007; DANIEL et al., 2010; ISRAELI, 2015; MÜLLER; RIEDL; SELLHORN, 2015; NIJAM, 2018). Quando as empresas escolhem reconhecer valores justos, uma das consequências contábeis é que os lucros reportados serão reduzidos ao ponto de aumentar a depreciação dos ativos reavaliados. Além disso, os saldos do total de ativos e do patrimônio total aumentam
O estudo tem caráter descritivo, buscando verificar se maior montante de recursos aplicado em PPI influencia a probabilidade de seu reconhecimento ocorrer a valor justo e se isso depende dos níveis de conservadorismo e endividamento da empresa. A definição da amostra partiu do conjunto de empresas brasileiras de capital aberto listadas na B3 no período 2010-2017. Entretanto, o interesse restringiu-se a empresas com PPI em seu ativo não circulante. No teste de hipóteses, foram usados dados em painel. Na estimativa da probabilidade de reconhecimento de PPI a valor justo, por sua vez, aplicou-se
Constatou-se um efeito positivo da variável PPI sobre o reconhecimento a valor justo. Isso permite inferir que a probabilidade de reconhecimento de PPI a valor justo cresce na mesma proporção que o montante de recursos nela aplicados. Mensurando-se o efeito do nível de endividamento sobre tal probabilidade o resultado é contrario ao esperado, pois se o endividamento cresce, a probabilidade de reconhecimento ao valor justo se reduz. Os resultados também evidenciam uma relação inversamente proporcional entre o nível de conservadorismo e a probabilidade de reconhecimento do montante aplicado em P
Os resultados empíricos evidenciam que o montante aplicado em PPI pode ser indicado como um dos fatores que afetam a escolha de reconhecimento a valor justo, corroborando os resultados de Hlaing e Pourjalali (2011). Contudo, vão de encontro àqueles encontrados por Nijam (2018), para quem a intensidade de PPI não explica a escolha pelo valor justo. Além disso, os resultados mostraram que quanto maior o endividamento menor é o efeito do montante aplicado em PPI na probabilidade de escolha do valor justo, contrariamente à maioria dos estudos sobre o tema relatados na literatura internacional (MIS
DANIEL, S. J. et al. Firm characteristics influencing responses towards the adoption of fair value accounting for non-financial assets: a survey of Chief Financial Officers of U.S. firms. Mar. 2010. FIELDS, T.; LYS, L.; VINCENT, T. Empirical research on accounting choice. Journal of Accounting and Economics, v. 31, n. 1-3, p. 255-307, 2001. FRANCIS, J. et al. Costs of equity and earnings attributes. The Accounting Review, 79, n. 4, p. 967-1010, 2004.