Resumo

Título do Artigo

FINANÇAS DIGITAIS E A INCLUSÃO FINANCEIRA NO POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO
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Palavras Chave

Finanças Digitais
Inclusão Financeira
Mobile

Área

Tecnologia da Informação

Tema

Governo Eletrônico e Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) para o Desenvolvimento

Autores

Nome
1 - Érica Souza Siqueira
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - EAESP
2 - Francisco Carlos Lopes da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Centro Acadêmico do Agreste
3 - Eduardo Henrique Diniz
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - IMQ
4 - Lauro Emilio Gonzalez Farias
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - sao paulo

Reumo

Existem algumas barreiras conhecidas na literatura à inclusão financeira de pessoas em países chamados emergentes, como o Brasil, que dificultam acesso e aumentam o custo dos serviços e empréstimos.Este trabalho discute o papel das finanças digitais no contexto do Polo de Confecções do Agreste Pernambucano (Caruaru/PE), segundo maior polo de confecções do Brasil, uma região com forte atividade econômica e marcada por problemas da seca, informalidade e insegurança (explosão de caixas eletrônicos, assaltos)
No Brasil, embora a bancarização tenha crescido nos últimos anos (Leonardi et al., 2016), o nível de poupança e de uso de crédito permanece baixo, especialmente nas regiões norte e nordeste, entre as pessoas de mais baixa renda (BCB, 2018). Ainda é baixo o número de pessoas com cartão de crédito e, entre aqueles que possuem contas bancarias, aproximadamente um quarto usa apenas para receber salário, pensões ou benefícios (Santos e Joia, 2018). Face esse contexto, temos a seguinte pergunta de pesquisa: podem as finanças digitais aumentar o acesso aos serviços financeiros formais?
Essa pesquisa está fundamentada principalmente em três perspectivas teóricas. A principal delas a literatura de inclusão financeira, seguida de inclusão financeira digital e, por fim, a literatura de inclusão digital. A inclusão financeira pode ser entendida como um processo pelo qual uma ampla gama da população em determinado território tem o acesso à utilização de serviços formais do sistema financeiro facilitado. Já a inclusão financeira digital pode ser definida como acesso digital (e uso) de serviços financeiros formais a populações excluídas ou mal atendidas (Lauer e Lyman, 2015).
Foram coletados 371 questionários na Feira da Sulanca. Para análise dos dados foram utilizadas três etapas. Na primeira propusemos a criação de um índice para medir o uso de finanças digitais. Para construção desse índice utilizamos análise fatorial binária. Na segunda etapa buscou-se verificar qual a relevância do uso das finanças digitais no acesso a serviços financeiros formais. Nessa etapa utilizamos técnica de regressão logística multinomial. Por fim, utilizando regressão linear verificamos quais variáveis sócio demográficas estão relacacionadas a um maior uso das finanças digitais.
A pesquis aponta a viabilidade da construção de um índice que meça o uso de finanças digitais. Por meio desse índice verificou-se que um maior uso de finanças digitais está relacionado com maior uso de serviços financeiros formais. Escolaridade, dispositivo de acesso e formalização do negócio aparecem como fatores relevantes para a utilização de finanças digitais. Os resultados também apontam que, enquanto as mulheres tem menor chance de serem financeiramente incluídas, o uso de finanças digitais não aponta para qualquer distinção de gênero e pode funcionar como um catalisador da inclusão.
Verificamos que entre as pessoas dessa amostra, o uso de finanças digitais amplia as chances de uma pessoa ser financeiramente incluída em até 19 vezes. Como demostramos em nossos modelos, esse potencial das finanças digitais pode por um lado atenuar questão de gênero, mas por outro, impõe desafios ligados a idade, escolaridade e formalização do negócio. Destacamos ainda que, nessa amostra e corroborando outro estudo, o acesso pelo computador (e não pelo celular) se mostrou mais relevante para inclusão financeira
Banco Central do Brasil (BCB) (2018). Relatório de Cidadania Financeira. Brasilia Leonardi, P. M., Bailey, D. E., Diniz, E. H., Sholler, D., & Nardi, B. A. (2016). Multiplex Appropriation in Complex Systems Implementation: The Case of Brazil's Correspondent Banking System. Mis Quarterly, 40(2), 461-473. Lauer, K., & Lyman, T. (2015). Digital financial inclusion: Implications for customers, regulators, supervisors, and standard-setting bodies. Consultative Group for Alleviating Poverty. Santos, R. P. D., & Joia, L. A. (2018). Financial inclusion of riverine populations: impact assessment of Ag