Resumo

Título do Artigo

EFICIÊNCIA EM CADEIAS GLOBAIS DE VALOR: UMA ANÁLISE A PARTIR DA COMPLEMENTARIDADE ENTRE A ECONOMIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO, A ECONOMIA DOS CUSTOS DE MENSURAÇÃO E A TEORIA DE AGÊNCIA
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Palavras Chave

Coordenação
Incentivos
Cadeias de valor

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas

Autores

Nome
1 - Amanda Ferreira Guimarães
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Campus Sede - Maringá
2 - Sandra Mara de Alencar Schiavi
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Programa de Pós-Graduação em Administração (PPA/ UEM)
3 - Jaiane Aparecida Pereira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - Câmpus de Naviraí

Reumo

Cadeias globais de valor envolvem a movimentação de produtos com maior valor agregado entre diferentes países. A sobrevivência dessas cadeias depende da interação entre todos os elos e dos retornos adequados pelos investimentos em qualidade. Por englobar investimentos em qualidade, essas cadeias podem incluir especificidade de ativos (WILLIAMSON, 1985), dimensões de difícil mensuração (BARZEL, 2005) e problemas de incentivo à qualidade (CLAY et al., 2018), demando estruturas de governança complexas para alcançar eficiência.
A eficiência em cadeias globais de valor depende da transmissão da informação e distribuição dos direitos de propriedade. Diante da complexidade envolvida, defende-se a complementaridade entre teorias para entender o funcionamento dessas cadeias. Assim, o objetivo do ensaio foi propor, por meio da complementaridade entre a Economia dos Custos de Transação, Economia dos Custos de Mensuração e Teoria de Agência, como os atributos da transação, a mensurabilidade das dimensões e os mecanismos de incentivos contratuais influenciam a eficiência dos arranjos contratuais em cadeias globais de valor.
A Economia dos Custos de Transação defende que estruturas de governanças complexas são necessárias à medida em que aumenta a especificidade do ativo (WILLIAMSON, 1985). Para a Economia dos Custos de Mensuração, se as dimensões que compõem o ativo forem passíveis de mensuração, estruturas menos complexas podem ser adequadas, mesmo diante de elevada especificidade de ativo (BARZEL, 2005). Entretanto, as informações sobre essas dimensões podem ser privadas, o que depende da adoção de incentivos ex ante à transação, como defende a Teoria de Agência (JENSEN; MECKLING, 1976).
A partir da complementaridade entre as teorias, defende-se duas proposições teóricas: (1) a eficiência dos arranjos contratuais depende do alinhamento entre os mecanismos de incentivos e de mensuração das dimensões envolvidas na transação. A partir desse alinhamento, propõe-se que: (2) a adoção de mecanismos de incentivos e a possibilidade de mensuração das dimensões envolvidas na transação viabilizam transações por estruturas de governança menos complexas que a integração vertical, mesmo diante de elevada especificidade de ativo.
Enquanto a ECT propõe a adoção de estruturas de governança mais complexas diante de elevada especificidade de ativos, a ECM flexibiliza essa proposição por meio da codificação das dimensões do ativo. Embora tal codificação minimize os problemas de assimetria de informação, ela não é suficiente para garantir a continuidade dos investimentos nessas cadeias, sendo necessários mecanismos de incentivos à qualidade. Conclui-se que a complementaridade entre as teorias pode ser útil na compreensão de arranjos contratuais eficientes nessas cadeias.
BARZEL, Yoram. Organizational forms and measurement costs. Journal of Institutional and Theoretical Economics, 161, p. 357-373, 2005. CLAY, Daniel C. Farmer incentives and value chain governance: critical elements to sustainable growth in Rwanda’s coffee sector. Journal of Rural Studies, n. 63, p. 200-213, 2018. JENSEN, M.; MECKLING, W. Theory of the firm: managerial behavior, agency cost, and ownership structure. Journal of Financial Economics, v. 3, n. 4, 1976. WILLIAMSON, O. E. The economic institutions of capitalism. New York: Free Press, 1985.