Resumo

Título do Artigo

OS SETE PECADOS CAPITAIS NA ETNOGRAFIA
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Palavras Chave

etnografia
estudos organizacionais
metáfora

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Autores

Nome
1 - Caio César Coelho Rodrigues
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - EAESP
2 - Carlos Eduardo de Lima
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - São Paulo

Reumo

A etnografia é uma metodologia complexa e ampla, seu uso tem se expandido dentro dos estudos organizacionais e na Administração. Sua grande variedade de possibilidades também incorre na necessidade de reflexividade do pesquisador ao embarcar nessa metodologia. Nesse sentido, este ensaio busca trazer pontos de reflexão sobre as dificuldades da etnografia a partir do uso da metáfora dos sete pecados capitais com dificuldades e oportunidades de vícios comuns ao se realizar uma etnografia.
Com o uso de metáforas com os sete pecados capitas, tem-se como objetivo apresentar erros comuns e vícios ao se realizar uma pesquisa etnográfica para estudos organizacionais e a administração. A partir da comparação, torna-se possível compreender melhor o que é etnografia e, mais objetivamente, seus perigos. Elenca-se aqui aqueles que aparentam ser relevantes para as diferentes perspectivas da etnografia, realistas ou construtivistas. Tal objetivo é relevante para as pesquisas etnográficas para a realização da reflexão necessária ao processo de pesquisa.
A etnografia pode ser entendida como uma abordagem metodológica completa, uma forma de observar o mundo, uma forma de escrita, ou o resultado do trabalho de um etnógrafo (BATE, 1997; VAN MAANEN, 2011). Tal divergência leva para diferentes possibilidades ontológicas. Ainda assim, seu uso requer cuidados desde a escolha do tema de pesquisa até o relato final da etnografia, passando pelas dificuldades de acesso ao campo e tendo que lidar com a grande quantidade e variedade de dados. Nesse sentido, é papel do etnógrafo realizar uma reflexão seu processo de pesquisa e seus percalços (KUNDA, 2013).
Cada um dos pecados capitais traz à tona uma reflexão sobre um vício que pode acometer ao etnógrafo. A gula se apresenta na escolha do tema de pesquisa. A avareza é o perigo de se perder em meio aos dados. A falta de estranhamento com o campo pode ser comparada ao pecado da Luxúria. A ira é a tentação de interferir no campo. A inveja retoma a reflexão de que a etnografia possui diferentes usos possíveis. A preguiça relembra a dificuldade de realizar uma pesquisa de campo profunda. E a falta de olhar crítico e reflexivo durante o processo de pesquisa remete à Soberba.
Cada um dos pecados capitais traz à tona uma reflexão sobre um vício que pode acometer ao etnógrafo. A gula se apresenta na escolha do tema de pesquisa. A avareza é o perigo de se perder em meio aos dados. A falta de estranhamento com o campo pode ser comparada ao pecado da Luxúria. A ira é a tentação de interferir no campo. A inveja retoma a reflexão de que a etnografia possui diferentes usos possíveis. A preguiça relembra a dificuldade de realizar uma pesquisa de campo profunda. E a falta de olhar crítico e reflexivo durante o processo de pesquisa remete à Soberba.
BATE, S. P. Whatever happened to organizational anthropology? A review of the field of organizational ethnography and anthropological studies. Human Relations, v. 50, n. 9, 1997. KUNDA, G. Reflections on becoming an ethnographer. Journal of Organizational Ethnography, v. 2, 2013. VAN MAANEN, J. Ethnography as Work: Some Rules of Engagement. Journal of Management Studies, v. 48, n. 1, 2011. WATSON, T. J. Ethnography, Reality, and Truth: The Vital Need for Studies of “How Things Work” in Organizations and Management. Journal of Management Studies, v. 48, n. 1, 2011.