Resumo

Getz e Page (2016)analisaram o turismo de eventos e notaram que como pesquisa a área apresentou crescimento na década de 80,na década de 90 a literatura mostrou-se prolífera e nos anos 2000 apresentou crescimento voluptuoso de estudos voltados à essas temáticas.É possível notar na literatura diversos autores definindo festivais,no entanto,apesar de haver diversas definições e estudos crescentes sobre festivais,pouco se observa sobre o que os consumidores entendem por esse último. Segundo Getz (2008), cada indivíduo pode apresentar sua própria definição, isso dependerá das construções sociais.

O presente trabalho busca responder ao seguinte problema de pesquisa: como os consumidores de festivais o definem? São objetivos da presente pesquisa compreender: 1) o que os consumidores entendem por festivais possibilitando uma definição atual e brasileira; 2) por que as pessoas vão à festivais; 3) quais benefícios os consumidores acreditam que os festivais proporcionem, e; 4) identificar se há mudanças comportamentais pós participação em festivais.

As definições sobre eventos são inúmeras, para Getz (2008),tem-se eventos planejados e de marca,mega eventos que são aqueles que produzem altos níveis de turismo,prestígio ou impacto econômico para a comunidade de acolhimento;eventos relacionados a marketing social, que visam arrecadar fundos para alguma causa; festivais de eventos religiosos; fetivais de artes, podendo envolver música, dança, teatro, cinema, comédia;feiras e exposições;eventos de esportes, podendo envolver profissional ou amador, local,regional,nacional ou mundial, torneios e campeonatos, espetáculos, eventos multi-esportes.

A metodologia caracteriza-se como qualitativa, por visar geração de dados e procedimentos de análise não numérica, buscando a interpretação da realidade social (BAUER; GASKELL, 2017). Como o objetivo da pesquisa depende diretamente da participação dos indivíduos, acredita-se que tal metodologia seja pertinente uma vez que segundo Bauer e Gaskell (s/p 2017) “a pesquisa qualitativa é, muitas vezes, vista como uma maneira de dar poder ou dar voz às pessoas”. Como técnica utilizou-se de grupos focais e as análises foram realizadas por meio da Análise de Conteúdo segundo Bardin (2011).

Foram realizados 22 mini grupos focais , que foram transcritos e analisados por meio da Analise de conteúdo de Bardin (2011). Houve a categorização por similaridade e frequência resultando em 6 categorias: 1) Caracterização e definição de festival; 2) O que o evento proporciona; 3) Quem vai e porque vai; 4) O que é mais marcante; 5) Pós participação- consequentes e; 6) Festival gastronômico. Após a categorização, elaborou-se um quadro resumo visando a compilação dos dados, facilitando a visualização e possibilitando a elaboração de um conceito brasileiro e atual para festivais.

O trabalho atingiu os quatro objetivos propostos. Por meio da realização dos grupos focais e analises dos dados, foi possível identificar o que os consumidores entendem por festivais, cunhando assim uma definição brasileira e atual sobre a temática. Identificou-se as principais razões que levam as pessoas à festivais bem como os benefícios proporcionados por esses eventos segundo a visão dos consumidores e as mudanças comportamentais geradas em função da participação.

GETZ, D.; PAGE, S. J. Event studies: Theory, research and policy for planned events. Routledge, 2017. BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 229p, 2011. GIMENES, M. H. Você tem sede de que. Contextos da Alimentação–Revista de Comportamento, Cultura e Sociedade, 1(1), 2013. KIM J., BOO S. , KIMY., "Patterns and trends in event tourism study topics over 30 years", International Journal of Event and Festival Management, Vol. 4 Issue: 1, pp.66- 83, https://doi.org/10.1108/17582951311307520. 2013.