Resumo

Título do Artigo

O SUJEITO NO SOCIAL E O SOCIAL NO SUJEITO: A COMPLEXIDADE NOS ESPAÇOS ORGANIZACIONAIS
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Palavras Chave

Organizações sociais
Sujeito
Dialética

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades Organizacionais

Autores

Nome
1 - Alex Fernandes Magalhães
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE
2 - Luiz Alex Silva Saraiva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

As concepções acerca dos espaços organizacionais são variáveis em função da diversidade teórica encontrada no âmbito das Ciências Humanas e Sociais. Embora as diversas teorias tenham trazido possibilidades de explicação da sociedade a partir de seus variados enfoques, não se superaram necessariamente os problemas próprios da dicotomia em questão. Neste ensaio, propõe-se uma concepção ampliada das organizações sociais, como se estruturam e como atuam na configuração das subjetividades dos que nela se inserem, algo necessário para evitar reducionismos nos Estudos Organizacionais.
Nesse ensaio o objetivo é refletir sobre a complexidade inerente aos espaços sócio-organizacionais, buscando superar a dicotomia sujeito X coletividade como forma de se abarcar os fenômenos para evitar análises reducionistas em Estudos Organizacionais. Para tanto, elencam-se autores clássicos nas Ciências Sociais para um diálogo sobre a dinâmica sócio-organizacional articulando os sujeitos e suas práticas nas organizações, que, por sua vez, cristalizam-se em dimensão institucional e servem, contraditoriamente, às produções subjetivas em meio aos espaços de socialização.
O ensaio aborda as contribuições de vários autores para a compreensão da relação entre sujeito e organizações. De Durkheim (2007) traz a perspectiva objetiva da sociedade, hegemônico na concepção organizacional. Marx (2010) questiona a construção do conhecimento partindo de uma perspectiva politizada a partir da classe social, aspecto em parte recuperado por Bourdieu (2006). Weber (1994) se dedica a uma discussão sobre em que medida a sociedade e suas organizações se estruturam a partir de regras racionais, o que é questionado por Simon (1979) na sua perspectiva de racionalidade limitada.
Reconhece-se a interdependência e complementaridade entre teorias, razão pela qual é possível buscar interseções. É central o sujeito social nos processos organizacionais como elemento dialético de formação e transformação de si e do contexto. É à medida que se propõe ao outro que se materializa tanto o social quanto seu Eu, pela delimitação que é dada por esse outro à referenciação de si, de seu estar no mundo. As possibilidades de se (re)fazer ocasionam múltiplos contextos entre a dimensão material concreta e a simbólica abstrata.
Espera-se poder contribuir para que os Estudos Organizacionais possam considerar a complexidade como marca das condições de produção social e subjetivas, orientando futuros trabalhos a não simplificá-las, considerando a variabilidade conceitual acerca do que se toma por organização social, suas interpretações e contribuições ao campo.
BOURDIEU, P. O Poder simbólico. 14. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. DURKHEIM, É. As regras do método sociológico. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro I. Vol. I. 27. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. SIMON, H. A. Comportamento administrativo. 3. ed. de Janeiro: FGV, 1979. WEBER, M. Economia e sociedade. V. 1. Brasília: UnB, 1994.