Resumo

Título do Artigo

Desenvolvimento de competências éticas em estudantes de graduação: problemas e encaminhamentos
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Palavras Chave

Competências
Ética
Valores

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Experiências no ensino-aprendizagem

Autores

Nome
1 - Giovane Rodrigues
-
2 - Fabíola Maciel Sarubbi Marangoni
Escola Superior de Empreendedorismo Sebrae-SP - São Paulo
3 - Eduardo Pinto Vilas Boas
ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO STRONG - Santo André

Reumo

A sociedade têm grande expectativa que as ações dos administradores sejam pautadas pela ética. As instituições de ensino superior que possuem cursos de Administração de Empresas sabem que é importante desenvolver as competências éticas em seu corpo discente e acreditam que as disciplinas de ética e filosofia em suas grades curriculares serão capazes de abranger tal formação. Ocorre que há pouco consenso em relação a como competências éticas devem ser abordadas; e não é claro que cursos de ética sejam capazes de promover o comportamento ético entre os egressos dos cursos de administração.
Nosso objetivo principal neste artigo é entender melhor o que está na nossa alçada quando se trata de competências éticas, adequando nossas expectativas e depositando nossas energias no desenvolvimento das competências éticas aparentemente mais permeáveis ao ensino formal de nível superior. Com isso, pretendemos lançar luz sobre algumas práticas do ensino de Administração de Empresas sem oferecer conclusões definitivas para problemas a um só tempo urgentes e complexos.
No que tange aos valores a fundamentação teórica teve como base os estudos de Schwartz (2016), que identificou dez tipos motivacionais distintos. Já com relação às competências, o modelo de Cheetham e Chivers (1996, 1998, 2005) foi eleito como referencial teórico para o presente artigo, sobretudo no que se refere ao seu aspecto quantitativo. Uma das razões foi a inclusão, no estudo, da dimensão ética e dos valores, considerados como competências profissionais, diferentemente dos demais autores, que não os incluem.
A pesquisa foi realizada em 2013 com 377 estudantes, formandos (último semestre do curso), de cursos de Administração. Os dados coletados por meio dos questionários foram analisados de forma quantitativa, utilizando-se técnicas de estatística descritiva e de análise multivariada Em seguida, os coordenadores dos cursos responderam entrevistas semiestruturadas.
Os resultados mostraram que os estudantes acreditam que entraram no ensino superior com uma formação ética avançada e que se mantém ao longo do curso. Na percepção dos coordenadores há necessidade de desenvolver essas competências, mas também um pouco de dúvida por parte de alguns professores sobre como fazê-lo. Também distinguimos valores morais de valores de eficiência, de modo que possamos falar apenas de “competência” no que se refere à possibilidade de um indivíduo realizar boas ações. Isso, contudo, não impede que sigamos usando o conceito de “competência ética”.
Os resultados mostraram que há alguns aspectos da formação ética que dependem de um saber fazer — tais como as competências de “Identificação valorativa”; outros que parecem quase totalmente alheios ao ensino formal — como é o caso das competências de “Valores básicos”. A partir dessas inferências os cursos de ética das escolas de Administração deveriam abordar as dificuldades existentes no ensino de determinadas competências éticas. Também sugerimos que as disciplinas de ética enfoquem as competências mais afeitas ao ensino e ao aprendizado no âmbito de instituições de ensino superior.
CHEETHAM, G.; CHIVERS, G. Professions, Competence and Informal Learning. Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing Limited, 2005. HOFSTEDE, G. Dimensionalizing Cultures: The Hofstede Model in Context. Online Readings in Psychology and Culture, 2(1) , 2011. SCHWARTZ, S. Basic individual values: sources and consequences. In: Sander, D. & Brosch, T. Handbook of Value: Perspectives from economics, neuroscience, philosophy, psychology, and sociology. United Kingdom: Oxford University Press, 2016.