Resumo

Título do Artigo

DECISÕES DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MEDICAMENTOS: O PAPEL DA INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
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Palavras Chave

Desenvolvimento de medicamentos
Inteligência competitiva
Inteligência tecnológica

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Processo Estratégico nas Organizações

Autores

Nome
1 - RICARDO TOSHIO YUGUE
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
2 - Roberto Sbragia
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - EAD-FEA
3 - Antonio C. Amaru Maximiano
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Reumo

As informações de inteligência tecnológica são de especial interesse para as indústrias que investem fortemente em pesquisa e desenvolvimento. A indústria farmacêutica tem o desenvolvimento de medicamentos como um dos principais componentes de sua cadeia de valor. As informações provenientes da inteligência competitiva nas decisões de portfólio de desenvolvimento de novos medicamentos podem ser críticas, sobretudo em mercados com elevada concorrência como o de medicamentos genéricos no Brasil.
Considerando a relevância do desenvolvimento de novos medicamentos para os laboratórios farmacêuticos e os investimentos necessários ao lançamento de novos produtos, este estudo tem por foco o uso das informações provenientes da inteligência competitiva nas decisões de portfólio de desenvolvimento de novos medicamentos, ou seja, nas decisões de prosseguimento ou suspensão dos projetos de desenvolvimento de novos medicamentos, mais especificamente de medicamentos não inovadores.
Ansoff (1975) propoz uma estrutura conceitual e um procedimento prático com o qual uma empresa em um ambiente turbulento poderia lidar com sinais fracos, minimizando assim as chances de surpresas. Lesca e Lesca (2011: xi) conceituaram como “(...) um meio de ajudar gerentes de negócios (ou outras organizações) a antecipar, a fim de tomar decisões estratégicas no contexto de um ambiente turbulento (...)”. McGonagle e Vella (2002) desenvolveram uma classificação das práticas de inteligência competitiva e Wright et al. (2008) aplicaram esta classificação ao setor farmacêutico.
A abordagem é quantitativa com alcance predominantemente exploratório. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário eletrônico. O universo foi formado pelos profissionais que atuam na indústria farmacêutica instalada no Brasil e que participam do processo de decisão sobre o prosseguimento ou suspensão de projetos de desenvolvimento de novos medicamentos. A amostragem foi do tipo não-probabilística e por indivíduos-tipo. Foram validadas 15 respostas, sendo que 14 (93%) participantes responderam possuir mais de 10 anos de experiência na indústria farmacêutica.
O uso de estudos de inteligência competitiva apresentou frequência de uso mediana entre os 15 laboratórios farmacêuticos representados, sendo que 5 (33%) respondentes indicaram o uso mais frequente de informações de inteligência competitiva. O tipo de informação mais buscado e usado pelas empresas é de “informações sobre pesquisas e/ou inovações em desenvolvimento em medicamentos concorrentes já comercializados”. No outro extremo da ordenação por pontos aparece a busca e o uso de “informações sobre possíveis mudanças de estratégia dos concorrentes que atuam no mercado da empresa”.
Os resultados da pesquisa sugerem uma relativamente baixa utilização das informações de inteligência competitiva e tecnológica na indústria farmacêutica brasileira. Com base na classificação proposta por McGonagle e Vella (2002) e aplicada à indústria farmacêutica por Wright et al. (2008), é possível verificar que há predominância do uso de informações de inteligência tecnológica orientadas para estratégia e para tecnologia, muito possivelmente em razão dos medicamentos desenvolvidos pelos laboratórios estabelecidos no Brasil serem predominantemente medicamentos genéricos e similares.
ANSOFF, H. I. (1975). Managing strategic surprise by response to weak signals. California management review, 18(2), 21-33. LESCA, H., & LESCA, N. (2011). Weak signals for strategic intelligence: anticipation tool for managers. John Wiley & Sons. MCGONAGLE, J. J., & VELLA, C. M. (2002). Bottom line competitive intelligence. Greenwood Publishing Group. WRIGHT, S., FLEISHER, C. S., & MADDEN, E. (2008). Characteristics of competitive intelligence practice in R&D driven firms: Evidence from the UK pharmaceutical industry.