Resumo

Título do Artigo

GERENCIAMENTO DE RESULTADOS: O IMPACTO DO CICLO DE VIDA ORGANIZACIONAL E DA ADOÇÃO DAS IFRS
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Palavras Chave

Gerenciamento de resultados
Ciclo de vida organizacional
IFRS

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Francisco Carlos da Costa Filho
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA (UFRR) - Departamento de Ciências Contábeis
2 - MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
3 - Alan Diógenes Góis
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS (FMU) - Mestrado Profissional em Governança Corporativa
4 - GERLANDO AUGUSTO SAMPAIO FRANCO DE LIMA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA

Reumo

O gerenciamento de resultados pode representar um desempenho distorcido da firma, dentro das alternativas possibilitadas pelas normas contábeis e ocorre devido à discricionariedade dos gestores. Considerando que os diferentes estágios de ciclo de vida da empresa apresentam distintas características (DICKINSON, 2011), e que a adoção das IFRS proporciona maior comparabilidade das demonstrações financeiras, aumento de transparência e da qualidade das informações (BARTH; LANDSMAN; LANG, 2008), é de se depreender que tais elementos podem gerar impactos no gerenciamento de resultados das empresas.
Desse modo, apresenta-se o seguinte problema de pesquisa: De que forma o ciclo de vida organizacional e a adoção das IFRS influenciam o gerenciamento de resultados? Assim, este estudo tem por objetivo investigar a influência dos estágios de ciclo de vida organizacional e da adoção das IFRS no gerenciamento de resultados. Como métrica de gerenciamento de resultados, adota-se o modelo de Jones (1991) modificado por Dechow, Sloan e Sweeney (1995), e, para os estágios de ciclo de vida das firmas, utiliza-se o modelo proposto por Dickinson (2011).
Se em determinado estágio de ciclo de vida há maior incidência de gerenciamento de resultados (LIMA et al., 2015; NAGAR; SEN, 2017), esse resultado pode ser suavizado mediante adoção das IFRS, o que gera aumento na qualidade da informação contábil (ZEGHAL; CHTOUROU; SELLAMI, 2011). Desse modo, sugere-se que há uma interação dos estágios de ciclo de vida com a adoção das IFRS, na perspectiva do gerenciamento de resultados. Com base na literatura, espera-se que no estágio de maturidade e na adoção das IFRS, os gestores se engajem menos em práticas de gerenciamento de resultados.
Para atender ao objetivo da pesquisa, considera-se uma população global de empresas na base Compustat Global®, sendo a amostra definida em função da disponibilidade dos dados do período de 2002 a 2016, reunindo, assim, mais de 35.000 empresas de 63 países. As informações foram analisadas por meio de regressões com dados em painel. Como teste de robustez, analisaram-se distintas métricas de gerenciamento de resultados; e, como teste de sensibilidade, analisou-se o objetivo em função do sistema legal do país-sede da empresa e em função da representatividade de cada país na amostra.
Sobre a amostra, 40,35% das empresas encontram-se no estágio maturidade e 40,52% das observações possuem emissão de relatórios em conformidade com as IFRS. Os resultados demonstraram que a adoção de IFRS influencia negativamente o gerenciamento de resultados baseado em accruals, enquanto os estágios de ciclo de vida exercem efeitos distintos, com destaque para o estágio de maturidade, que é capaz de influenciar negativamente o gerenciamento de resultados. Os testes de robustez e sensibilidade apresentaram resultados parcialmente similares, confirmando o resultado para o estágio maturidade.
Considerando a amostra da pesquisa, conclui-se, portanto, que o ciclo de vida organizacional e a adoção das IFRS são capazes de influenciar a prática de gerenciamento de resultados, confirmando-se os preceitos da Teoria da Agência, já que o gestor, além de possuir mais informações, compreende melhor o estágio em que se encontra a organização, podendo, assim, optar por uma entre diferentes abordagens de gerenciamento.
BARTH, M. E.; LANDSMAN, W. R.; LANG, M. H. International accounting standards and accounting quality. Journal of Accounting Research, v. 46, n. 3, p. 467-498, 2008. DECHOW, P. M.; SLOAN, R. G.; SWEENEY, A. P. Detecting earnings management. The Accounting Review, v. 70, n. 2, p. 193-225, 1995. DICHEV, I.; GRAHAM, J.; HARVEY, C. Earnings quality: evidence from the field. Journal of Accounting and Economics, v. 56, n. 2, p. 1-33, 2013. DICKINSON, V. Cash flow patterns as a proxy for firm life cycle. The Accounting Review, v. 86, n. 6, p. 1969-1994, 2011.