Resumo

Título do Artigo

Custos de transação em uma economia digital: uma perspectiva de interação
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Palavras Chave

Custos de transação
Custos de Interação
Economia digital

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas

Autores

Nome
1 - Thais Assis de Souza
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Programa de Pós Graduação em Administração (PPGA)
2 - Daniel Leite Mesquita
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - LAVRAS
3 - Joel Yutaka Sugano
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
4 - Antônio Carlos dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras

Reumo

A teoria de custos de transação têm sido uma perspectiva chave sobre a organização da atividade econômica das organizações (Crook; Combs; Ketchen Jr. & Aguinis, 2013). A economia contemporânea, no entanto, encontra-se em mudança e imersa em um contexto em que a internet e as tecnologias têm alterado configurações até então tidas como padronizadas e estabilizadas. Assim, tem-se a nova economia como economia digital que tem influenciado na definição de estruturas organizacionais e papéis, gerando novos custos (Eliasson, Johansson & Taymaz, 2004; Rossignoli, 2009).
Frente ao panorama apresentado, para este ensaio teórico tem-se como questão norteadora: como a economia digital atua sobre os custos incorridos de transações econômicas? De forma a responder este questionamento, o objetivo deste artigo é propor um framework conceitual capaz de relacionar os custos de transação à digitalização da economia, o que acaba por gerar custos de interação.
O fenômeno da digitalização é proveniente do avanço das tecnologias computacionais e tem interferido em diferentes campos (WEF, 2018c), permitindo, além da redução dos custos de transação (CTs), a criação de valor (Munger, 2018). Frente às mudanças da economia, os CTs enfrentam um futuro desafiador no que tange aos seus aspectos conceituais e empíricos, devendo ponderar novos fatores, como a tecnologia (North, 1994; Williamson, 2010). Butler et al (1997), considerando a tendência de convergência tecnológica, tratou da emergência de novos custos: os custos de interação.
Externo ao contexto da economia digital o panorama é de assimetria de informações, o que gera altos CTs. Tratando da economia digital, tem-se um ambiente de incerteza e, como principal atividade, há a transformação de dados em informações por meio de tecnologias, o que caracteriza uma intangibilidade das transações. Partindo da ideia de que custos precisam ser minimizados, propõe-se a utilização de mecanismos híbridos de governança dado o contexto de incerteza devido às rápidas mudanças tecnológicas, à alta especificidade dos ativos (informações) bem como à frequência das transações.
No contexto da economia digital a geração de valor trata de flexibilidade e imaterialidade, sendo caracterizada por relações, dinamicidade, ciclos rápidos de inovação, transitoriedade de mercados e grande propensão a trabalhar com ativos específicos. Como um aporte teórico mais atualizado frente à economia digital, propôs-se a abordagem de custos de interação a partir de um framework conceitual. A partir desta proposta espera-se fomentar novas discussões teóricas e práticas que levem a literatura a ir além das ortodoxias conhecidas, promovendo reflexões críticas.
Butler, P., Hall, T. W., Hanna, A. M., Mendonca, L., Auguste, B., Manyika, J., & Sahay, A. (1997). A revolution in interaction. McKinsey quarterly, 4-23. Crook, T. R., Combs, J. G., Ketchen Jr, D. J., & Aguinis, H. (2013). Organizing around transaction costs: What have we learned and where do we go from here? Academy of Management Perspectives, 27(1), 63-79. Munger, M. C. (2018). Tomorrow 3.0: Transaction Costs and the Sharing Economy. Cambridge University Press. Williamson, O. E. (2010). Transaction cost economics: the origins. Journal of Retailing, 86(3), 227-231.