Resumo

Título do Artigo

A influência do Investimento Público, Investimento Privado e Investimento Direto Estrangeiro (IDE), na produção do Setor Ferroviário Brasileiro
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Palavras Chave

Política Industrial
Setor Ferroviário
Investimento Direto Estrangeiro

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas

Autores

Nome
1 - Luiz Kennedy Cruz Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
2 - José Willer do Prado
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
3 - Antônio Carlos dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras

Reumo

O progresso industrial depende de investimentos no setor de transporte para a circulação de seus produtos com segurança, confiabilidade e menores custos possíveis. Após enfrentar momentos turbulentos nos anos de 1980 e 1990, o transporte ferroviário passou para a iniciativa privada por um processo de concessão ocorrido no ano de 1996, que ganhou força com o retorno dos investimentos por parte do governo e da iniciativa privada, fundamentais para a estratégia de melhoria da eficiência do transporte brasileiro.
O investimento público, investimento privado e investimento direto estrangeiro (IDE), têm impactado diretamente na produção do setor ferroviário brasileiro? Desta forma, o objetivo da presente pesquisa é verificar a relação entre os investimentos públicos e privados, além do IDE, na produção do setor ferroviário brasileiro.
Em sentido amplo, a política industrial refere-se aos investimentos do governo em infraestrutura, educação e controle do mercado. Segundo Pack e Saggi (2006) a política industrial é qualquer tipo de intervenção do governo na indústria, seja ela seletiva (em setores específicos) ou política, com o objetivo de aprimorar a estrutura da produção da indústria como um todo. As políticas de estímulo, neste contexto, entram na esfera de responsabilidade do governo, como uma obrigação dele, para com suas empresas parceiras, que desenvolvem uma prestação de serviço ao país.
O presente estudo dar-se-á por meio de uma pesquisa exploratória de natureza quantitativa. O banco de dados utilizado é composto de séries temporais selecionadas no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Industrial Anual (PIA), Banco Central do Brasil (BACEN) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O método econométrico utilizado foi o dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), no qual foram estimados três modelos com o software Gretl. A partir dos modelos, hipóteses foram desenvolvidas a fim de compreender algumas características do setor estudado.
Os resultados apresentam que o aumento da produção do setor ferroviário causa uma repercussão favorável e consequentemente uma maior independência do mesmo em relação às necessidades de intervenção direta do governo. Todavia, embora os investimentos públicos tenham diminuído, ele é correlacionado positivamente a 1% de significância com as vendas do setor, além do pessoal empregado e a média salarial, o que corrobora ainda mais com esse vínculo necessário entre estado e empresa, no setor em questão.
Atendendo aos objetivos desse trabalho, pode-se notar que o processo de concessão das ferrovias brasileiras, repercutiu positivamente tanto para melhoria do serviço prestado, como para a população e a economia como um todo. A mão de obra empregada nas empresas que prestam serviços às concessionárias aumentara consideravelmente sua remuneração e consequentemente o salário médio total do setor. E juntamente a esses fatos, está o progresso de outros setores, sejam eles correlatos ou não, o que aquece a economia e atrai o investimento direto estrangeiro para o país.
BRESSER-PEREIRA, L. C.; OREIRO, J. L.; MARCONI, N. Developmental Macroeconomics: new developmentalism as a growth strategy. Routledge, 2014. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Disponível em: . Acesso em: 12 julho 2017. PACK, H.; SAGGI, K. Is there a case for industrial policy? a critical survey. World Bank Research Observer, Washington, v. 21, n. 2, p. 267-297, 2006. WOOLDRIDGE, J. M. Econometric analysis of cross section and panel data. 2. ed. Cambridge: MIT Press, 2010.