Resumo

Título do Artigo

Liderança Espiritual ou Espiritualidade da Liderança? Um Contraponto à Teoria da Spiritual Leadership.
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Palavras Chave

Liderança
Espiritualidade
Spiritual Leadership

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Temas Emergentes e Modismos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Vanderlei Soela
-
2 - Antonio Carvalho Neto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - PPGA

Reumo

A espiritualidade pode tornar-se elemento crucial para a vitalidade do exercício da liderança. O ensaio discorre sobre a espiritualidade como busca de sentido, como elemento integrador e dinamizador da ação da liderança. A reflexão está fundada em três pilares: Liderança como experiência de imanência (temporalidade); Espiritualidade como experiência da transcendência (eternidade), pela vivência da fé; e Unificação, como elemento de integração, a partir do símbolo da cruz. Um contraponto é feito à teoria da Spiritual Leadership e são apresentados elementos para uma Espiritualidade da Liderança.
Não se aplica
A Liderança é focada a partir das abordagens da Liderança Transacional e Transformacional, teoria da Troca (LMX) e da Liderança Relacional, com ênfase nas relações. A teoria da Spiritual Leadership se fundamenta nos trabalhos de Fry (2003). A Espiritualidade é entendida como busca de sentido (Frankl, 2008; Bergamini,1994), como estar possuído por aquilo que nos envolve incondicionalmente (Tillich, 1996). As dimensões para uma espiritualidade da liderança se baseiam nos trabalhos de Boff (2000, 2002). O processo de Unificação se dá pela integração, por meio do símbolo da cruz.
Propomos uma discussão entre a perspectiva de Fry (2003) em sua construção sobre esperança/fé e a contribuição de Tillich (1996). O pano de fundo desta discussão se baseia na questão: há uma liderança espiritual ou há pessoas espiritualizadas que exercem a liderança? A abordagem de Fry (2003) sobre a fé parece um tanto idealizada. De alguma maneira, não toca o tema da dúvida e do risco que a fé implica. Em Tillich (1996) é possível notar que a fé diz respeito à totalidade da pessoa e procede do seu centro. É um estar possuído por aquilo que nos toca incondicionalmente. É elemento integrador.
Mais do que focar num indivíduo em posição de liderança que possui atributos espirituais e que pode influenciar a outros e alcançar resultados, uma Espiritualidade da Liderança se alicerça naquilo que qualifica a ação da liderança. É quando a vida, o trabalho, as buscas ganham novo significado, porque são testados no fogo de uma grande dúvida ou crise, uma escolha urgente, uma decisão necessária. Pressupõe um processo de integração permanente: a imanência perpassada pela transcendência produz sentido. A unificação é caracterizada pela capacidade de integrar saber, não-saber e sabor.
Bergamini, C. W. (1994). Liderança: a administração do sentido. RAE. v. 34. n. 3. p. 102-114. Boff, L. (2000). Tempo de transcendência. O ser humano como um projeto infinito. Rio de Janeiro: Sextante. Boff, L. (2002). Experimentar Deus. A transparência de todas as coisas. Campinas: Verus. Frankl, V. E. (2008). Em busca de sentido. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes. Fry, L. W. (2003). Toward a theory of spiritual leadership. The Leadership Quarterly, 14, pp. 693-727. Tillich, P. (1996). Dinâmica da fé. 5ª. Ed. São Leopoldo (RS): Sinodal.