Resumo

Título do Artigo

CARREIRA DOS INDIVÍDUOS FRANQUEADOS EM UMA PERSPECTIVA EMPREENDEDORA
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Palavras Chave

Carreira
Franqueados
Empreendedorismo

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Carreiras e Competências

Autores

Nome
1 - Jonas Bertoche Veroneze
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Reumo

Com o desequilíbrio no mercado de trabalho, houve uma transformação no conceito tradicional de carreira. Estabeleceu-se um sistema onde o indivíduo passou a ser o responsável pela sua construção. Assim, em decorrência da influência dessa condição flexível do mercado, o indivíduo passou a ter de se adaptar às contingências vivenciadas. Então, a criação do negócio próprio foi uma alternativa a essa situação. Dessa forma, o sistema de franquias veio à tona como um modelo que permite a diluição de riscos entre as partes. Junto a este modelo de negócio emergiu a carreira dos indivíduos franqueados.
O objetivo do artigo é entender como se dá o desenvolvimento da carreira do indivíduo franqueado, identificando as características individuais relacionadas com a escolha em adentrar neste tipo de negócio, verificando sua semelhança com a carreira empreendedora e compreendo o desenvolvimento de sua trajetória.
Nos estudos contemporâneos de carreira surgem os conceitos de Carreira Empreendedora (Chanlat, 1995; Guedes, 2009) e Carreira Proteana (Hall, 2002), nos quais o indivíduo passa a ser o responsável pela formação de sua trajetória e pela sua progressão. Nesse contexto, há uma construção psicossocial ligada às tarefas, a qual refletirá em atitudes de planejamento de carreira (SAVICKAS, 2005). Com isso, segundo Guedes (2009) e Savickas (2005), algumas características de personalidade e competências comportamentais apoiam e impulsionam o desenvolvimento do indivíduo nesse cenário de adaptabilidade.
Metodologia Classifica-se como uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas com oito indivíduos franqueados. Essas entrevistas foram transcritas e posteriormente analisadas. Assim, com base no conceito de Bardin (1979) foi utilizada a análise de conteúdo para compreensão do discurso dos entrevistados, delimitando-se categorias analíticas apropriadas, por meio do processo de categorização, para o desdobramento do estudo.
Foram analisadas as características individuais internas e externas que levaram os franqueados a optar por este tipo de carreira, sendo verificadas: experiência no ramo de negócio, apoio familiar, significado do trabalho e condições ambientais. Além disso, averiguou-se semelhanças com a carreira empreendedora no que tange a entrada pela diretriz de oportunidade e continuidade na perspectiva empreendedora de desenvolvimento de carreira do indivíduo. Por fim, destacou-se as relações das dimensões comportamentais - tratadas como essenciais para a adaptabilidade - com os relatos dos entrevistados.
Concluiu-se que a experiência no ramo de negócio não era um fator comum a todos, assim como o apoio familiar. Em contrapartida, o significado de fonte de vida ao trabalho está presente na totalidade dos entrevistados, havendo condições ambientais propiciadoras de uma identificação com a marca franqueadora. Juntamente a isso, alinhou-se a oportunidade de abertura de um negócio próprio com a satisfação individual, potencializada pelo sentido intrínseco de interesse àquela realidade, estabelecendo as carreiras de forma planejada, com comportamentos facilitadores da busca pelas suas aspirações.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979. CHANLAT, J. Quais carreiras e para qual sociedade?(I). Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 6, p. 67-75, 1995. GUEDES, S. A. A carreira do empreendedor. 2009. Dissertação (Mestrado em Administração) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. HALL, D. T. Careers in and out of organizations. London: Sage, 2002. SAVICKAS, M. L. The theory and practice of career construction. Career development and counseling: Putting theory and research to work, v. 1, p. 42-70, 2005.