Resumo

Título do Artigo

Envergo mas não Quebro: A Resiliência das Empresas de Táxi frente ao Choque dos Aplicativos de Transporte
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Palavras Chave

Resiliência Organizacional
Estratégia
Novos entrantes

Área

Artigos Aplicados

Tema

Estratégia

Autores

Nome
1 - Newton da Silva Miranda Júnior
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Campus Darcy Ribeiro
2 - DENISE ROSSATO QUATRIN
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - PPGA
3 - Valmir Emil Hoffmann
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - PPGA

Reumo

O estudo da resiliência permite entender como um local ou região, e nela inseridas, as empresas, responde a um choque (Martin & Sunley, 2014). Um fenômeno de relevo é a rápida expansão de práticas de consumo colaborativo, direcionadas principalmente pelo surgimento de novas tecnologias e uso de applications (Belk, 2014). O mercado de transporte individual tem se tornado mais diversificado nos últimos anos. Se tradicionalmente era composto pela indústria de táxi, com o advento de novos entrantes, a exemplo da empresa Uber, tem se presenciado uma maior disputa pela preferência dos passageiros.
O presente estudo investiga as empresas de táxis do DF. A Lei Nº 5323 de 17/03/2014 dispõe que o serviço do taxista, qual seja, o transporte de passageiros e bens em veículo automotor de aluguel, próprio ou de terceiro, é de interesse público. No ano de 2015 a empresa Uber entrou no mercado de Brasília. As respostas sociais e institucionais de cidades com a atuação da Uber, até mesmo pela autonomia dos estados no que tange à legislação (Rienstra, Bakker & Visser, 2015), deram-se de formas diferentes, por isso a definição do DF como único lócus da pesquisa.
Com a entrada da Uber no mercado de transporte individual de passageiros no DF, observaram-se mudanças na forma de atuação dos táxis do DF. A entrada desse novo concorrente em outros países causou mudanças relevantes (Cramer & Krueger, 2016), e sobretudo uma alteração na maneira da concepção do negócio, que até foi considerada como concorrência desleal (Souza Filho & Leite, 2017). Já que o fenômeno não foi estudo anteriormente, pergunta-se: como se configura o comportamento resiliente das empresas de táxi atuantes na capital federal frente ao choque causado pelos novos entrantes?
Foi realizada uma pesquisa qualitativa, a partir de dados secundários, tendo como estratégia a pesquisa documental em noticiários de jornais de grande circulação. Buscou-se descrever como era retratado o mercado de transporte individual no DF, assim como a prestação de serviço pelas empresas de táxi antes dos novos entrantes nesse mercado (cenário anterior). Em adição, investigou-se as melhorias e inovações implementadas pelas empresas de táxi (interpretadas como respostas resilientes) para fazer frente à nova concorrência (interpretada como um choque).
Os resultados revelaram a maior cobertura dada pela mídia ao mercado de transporte individual após a chegada dos novos entrantes, sobremodo a partir de 2015. Se antes as empresas de táxis implementavam tecnologias de sustentação, voltadas para si mesmas, com o aumento da competitividade, elas passaram a adotar melhorias destinadas aos passageiros em busca de manutenção da posição de mercado.
Este estudo enriquece a produção acadêmica voltada ao mercado de transporte individual tanto teoricamente, ao conjugar a literatura de resiliência organizacional com a de estratégia empresarial, quanto metodologicamente, ao recorrer à abordagem qualitativa de investigação com uso de dados secundários longitudinais. A pesquisa ainda complementa estudos prévios de pesquisas voltadas a esse mercado, a exemplo de Passos et al. (2014).