Resumo

Título do Artigo

O PAPEL DO JORNALISMO IMPRESSO NA DIVULGAÇÃO DAS METAS ESTABELECIDAS NO ACORDO DE PARIS
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Palavras Chave

Acordo de Paris
COP21
Contribuições Nacionalmente Determinadas

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Heloiza Izumi Hirano
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração de Empresas

Reumo

No âmbito dos desafios decorrentes da COP21 e do Acordo de Paris, o artigo analisa como o jornalismo impresso trata do tema, e qual o detalhamento e importância dada a ele por esse meio de comunicação. Para tanto, analisa 135 artigos do Jornal Folha de São Paulo, publicados durante um período de três anos, identificando frequência, destaque, indicadores e fontes dos artigos. Conclui que há oportunidades para divulgação do tema com maior objetividade e assertividade nas informações veiculadas, e para o posicionamento das universidades como fontes de informação de maior qualidade sobre o tema.
O Acordo de Paris é o ponto mais recente de referência mundial no tema ambiental, envolvendo a assinatura de 175 países, com um objetivo único de limitar em até 2oC o aquecimento da temperatura global. Este artigo tem como objetivo entender como a divulgação das metas a serem atingidas poderia ser potencializada, de forma clara e massiva, ao público em geral, analisando a importância da mídia impressa na divulgação dessas metas. Nesse contexto, propõe-se a questão: Como o jornalismo impresso tem contribuído para o entendimento do Acordo de Paris e dos seus desdobramentos para o Brasil?
Os objetivos do Acordo de Paris foram cumpridos apenas parcialmente, e as metas atuais são consideradas insuficientes. Tais metas refletem as Contribuições Nacionalmente Determinadas de cada país (1). Um sistema de monitoramento de políticas climáticas contribuiria para a implementação da CDN brasileira, e entre as ações relacionadas, está a comunicação dos documentos e demais dados de forma transparente (2). A criação de um espaço para esse tema nos jornais pode, como efeito, atrair leitores e formar jornalistas especializados, ampliando a veiculação de assuntos de Ciência e Tecnologia (3).
A Análise de Conteúdo pode ser aplicada virtualmente a qualquer forma de comunicação: programas de televisão, rádios, artigos de imprensa, livros, materiais divulgados em sites institucionais, etc, e abrange três etapas: a coleta e organização dos dados a serem analisados, a descrição analítica orientada por um referencial teórico, e uma interpretação referencial em função dos propósitos do estudo (Martins & Theóphilo, 2007). A coleta e organização dos dados são detalhados em suas etapas de busca, seleção e catalogação.
A partir dos dados coletados, a análise é realizada em termos de frequência e destaque dos artigos sobre o Acordo de Paris (em capa e em cadernos específicos do jornal analisado), dos indicadores internacionais e brasileiros e como são entendidos e abordados, e das fontes mais utilizadas pelos jornalistas, incluindo as universidades.
O Acordo de Paris foi considerado um avanço histórico, a nível mundial, no entendimento da necessidade de ações conjugadas entre os países, em direção ao controle do aquecimento global. O Brasil, assim como os demais participantes, assumiu compromissos a serem alcançados. A frequência e o destaque dados ao tema podem indicar certa suavidade na divulgação. A variabilidade nas definições e nos contextos podem sugerir falta de consenso e de objetividade no tratamento dos mesmos. A diversidade de fontes utilizadas abre espaço à discussão sob perspectiva da confiabilidade das informações.
(1) Obergassel, W., Arens, C., Hermwille, L., Kreibich, N., Mersmann, F., Ott, H.E. & Wang-Helmreich, H. (2018) The calm before the storm: an assessment of the 23rd Climate Change Conference. Wuppertal: Wuppertal Institut für Klima. (2) Speranza, J.; Romeiro, V.; Betiol, L.; Biderman, R.. Monitoramento da implementação da política climática brasileira: implicações para a CND. São Paulo, WRI Brasil, 2017. (3) Medeiros, F.N.S., Ramalho, M., & Marassani, L. (2010) A ciência na primeira página: análise das capas de três jornais brasileiros. História, Ciências, Saúde, 17 (2), 439-454.