Resumo

Título do Artigo

ENTRE “O AGIR NO CAMPO DA PRÁTICA E O INVESTIGAR A RESPEITO DELA”: COMO A PESQUISA-AÇÃO TEM SIDO UTILIZADA NA ADMINISTRAÇÃO
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Palavras Chave

Pesquisa-Ação
Administração
Protocolo da PA

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Autores

Nome
1 - Denise Aparecida Hipólito Borges
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia/Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - Jerry Carvalho Borges
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Ciências da Saúde
3 - Mônica Carvalho Alves Cappelle
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - dae
4 - Rafaella Cristina Campos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras/UFLA/DAE

Reumo

Nas ciências sociais aplicadas é comum ver a utilização de metodologias que tentam, a priori, manter certo “distanciamento” do pesquisador em relação ao fenômeno estudado. Entretanto, há abordagens que inversamente ao pensamento positivista, enfatizam a utilização de metodologias que interpretam a aproximação entre pesquisador e fenômeno como algo extremamente relevante para a compreensão do que está sendo investigado. Uma dessas metodologias é a pesquisa-ação (PA). Todavia, é necessário que os pesquisadores se comprometam com o rigor científico da PA para garantir relevância e confiabilidade.
A construção deste artigo se orienta pelo seguinte questionamento: por que e como a abordagem da pesquisa-ação tem sido aplicada em pesquisas da área de administração? Em busca de respostas para tal indagação, o objetivo central deste artigo foi fazer uma revisão de escopo dos estudos que abordam a metodologia levantando as características da PA, seus critérios, suas formas de utilização pelos pesquisadores para a partir da construção de um quadro teórico da PA, discutir por que e como a pesquisa-ação tem sido aplicada em pesquisas da área de administração.
De acordo com Hampshire (2000) não é possível afirmar com certeza quem inventou a pesquisa-ação, entretanto, a criação do processo tem sido creditada a Kurt Lewin (1946). Com o passar do tempo, a PA foi cunhada por vários outros termos, mas para Tripp (2005), o conceito de pesquisa-ação abarca todos esses termos e se configura como uma das formas de se fazer pesquisa no que ele chamou de investigação-ação que é toda pesquisa interessada em produzir conhecimento científico a partir da interação entre “[...] o agir no campo da prática e o investigar a respeito dela”.
A pesquisa-ação tem sido utilizada pelos pesquisadores apenas como uma metodologia, entretanto, durante a revisão foi possível observar que os autores não tem se preocupado em apresentar o como, quando, por quem e em que contexto social, histórico e político a PA tem sido aplicada. O mais comum é apresentação do "porque" objetivando justificar os métodos e técnicas escolhidos para a pesquisa. Porém, se esquecem da principal essência desta abordagem teórico-metodológica que é o compromisso com a mudança, os trabalhos não demonstram as intervenções e as melhorias proporcionadas pela pesquisa.
Verificou-se que os trabalhos não seguem com rigor os preceitos constitutivos da PA. Muitos se voltam a apenas uma de suas características como a ênfase na participação, preocupadas na maioria das vezes, em destacar como se deu o processo participativo e colaborativo da pesquisa de campo. Entretanto, se esquecem e acabam por negligenciar outros aspectos igualmente relevantes para a condução de uma boa pesquisa-ação como o envolvimento profundo no campo de pesquisa, o planejamento das atividades de intervenção, o processo contínuo de reflexão e, principalmente, o comprometimento com a mudança.
HUANG, H. B. What is good action research? Action Research, v. 8, n. 1, p. 93–109, 2010. LEVIN, M. Academic integrity in action research. Action Research, v. 10, n. 2, p. 133–149, 2012. REASON, P. Pragmatist philosophy and action research. Action Research, v.1, n. 1, p. 103–123, 2003. TEJEDOR, G.; SEGALAS, J. Action research workshop for transdisciplinary sustainability science. Sustainability Science, v. 13, n. 2, p. 493-502, 2018. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2003, 108 p.