Resumo

Diante do crescente incentivo ao consumo, há uma preocupação por parte de uma parcela de estudiosos do marketing no bem-estar das pessoas, pelas consequências que o consumo desenfreado pode acarretar na vida dos indivíduos, especialmente dos adolescentes. Estes estão em fase de construção de padrões de comportamento. Assim a temática do materialismo é de forte relevância para a vida dos adolescentes, pois tem forte influência na satisfação destes com sua forma de consumir.

De modo a elucidar se existe relação do materialismo na qualidade de vida percebida pelos próprios sujeitos, seja com efeito positivo ou negativo a presente pesquisa provoca o seguinte questionamento: o materialismo influencia na qualidade de vida subjetiva dos adolescentes da cidade de João Pessoa? Fica claro que o objetivo desta pesquisa é analisar a influência do materialismo na qualidade de vida subjetiva dos adolescentes da cidade de João Pessoa.

Para construção da fundamentação desta pesquisa foi adotado como base para este estudo o modelo teórico construído por Duh (2015) a partir da literatura acadêmica, estudos empíricos, relatórios, fatores biológicos, sociais, culturais, socioeconômicos, psicológicos e até mesmo políticos do materialismo. Diante deste importante e recente estudo acerca do tema dominante desta pesquisa foi elaborada a hipótese de pesquisa.

Caracteriza-se como uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. O universo da presente pesquisa abrange os adolescentes (estes considerados os sujeitos), com idades ente 12 e 18 anos incompletos, ou seja, estudantes do ensino fundamental II e médio residentes na cidade de João Pessoa. A amostra foi composta por estudantes, que se encaixaram na faixa etária proposta. A técnica de amostragem utilizada foi por conglomerado e a escolha das escolas se deu por acessibilidade.

Para a análise foram aplicados diferentes testes estatísticos que possibilitassem testar as hipóteses de pesquisa. Não foi identificado um nível de materialismo alto entre os respondentes desta pesquisa, visto que os valores ficaram abaixo dos de referência. Como resultados dos testes da hipótese de pesquisa obteve-se que é muito pouco provável que exista relação do materialismo com a qualidade de vida subjetiva em indivíduos com este perfil, comprovada com sua refutação.

Para o alcance desses objetivos foram aplicadas duas escalas, uma para medir o nível de materialismo dos adolescentes e a outra para medir a qualidade de vida subjetiva desses indivíduos. Cabe ressaltar que a partir da análise da escala de materialismo, não foi detectado um alto nível de materialismo dos respondentes, o percentual ficou próximo do nível médio intermediário. Fato este que pode ter colaborado para a refutação da hipótese.

DUH, H. L. Antecedents and consequences of materialism: an integrated theoretical framework. Journal of Economics and Behavioral Studies, v. 7, n. 1, p. 20-35, 2015. GOLDBERG, M. E.; GORN, G. J.; PERACCHIO, L. A.; BAMOSSY, G. Understanding materialism among youth. Journal of Consumer Psychology, v. 13, n. 3, p. 278-288, 2003. PATRICK, D. L.; TODD, C. E.; TOPOLSKI, T. D. Adolescent quality of life, Part II: initial validation of a new instrument. Journal of Adolescence, v. 25, p. 287-300, 2002.