Resumo

A questão ambiental converteu-se em uma das principais bases de diferencial competitivo. Assim, como a proteção ambiental, o conhecimento alinhado ao desenvolvimento sustentável também configura um relevante diferencial, passando a influenciar a atuação empresarial (ARRUDA; CARVALHO, 2014). Nesta perspectiva, a educação ambiental, através da gestão do conhecimento, revela-se um relevante instrumento na busca por soluções sustentáveis (ESCRIVÃO; NAGANO, 2014).

O alinhamento de aspectos como educação ambiental e gestão do conhecimento, auxilia na busca de alternativas de preservação, bem como estimula o pensamento crítico e sustentável. Frente à problemática apresentada, e de modo a conhecer a realidade organizacional diante de tais temas, este trabalho busca analisar as práticas existentes de gestão do conhecimento em uma organização do segmento de papel e celulose, em contribuição ao seu programa de educação ambiental.

A gestão do conhecimento busca compreender e compartilhar o conhecimento existente, bem como desenvolver processos pelos quais, este possa ser estruturado e disponibilizado a organização (HOSS; ROJO; GRAPEGGIA, 2010). A educação ambiental é a educação cidadã, responsável, crítica e participativa, onde o sujeito, frente ao conhecimento científico e saberes tradicionais, estrutura decisões transformadoras, orientadas à cidadania e sustentabilidade (NAIME; GARCIA, 2004; LEFF, 2007).

A estratégia de pesquisa compreendeu o estudo exploratório, bibliográfico e qualitativo, via estudo de caso em uma organização do segmento de papel e celulose. A coleta de dados foi realizada no segundo semestre de 2015, através da análise documental, sítio eletrônico, bem como pela realização de uma entrevista em profundidade com perguntas abertas, gravada e transcrita. A análise de dados compreendeu a triangulação dos dados da análise de conteúdo da entrevista, e as demais fontes de dados.

No que tange a gestão do conhecimento foi possível constatar o alinhamento das atividades de educação ambiental nos seguintes processos: socialização o que habilita o compartilhamento de experiências do indivíduo para o grupo; externalização pela qual a empresa K transmite conceitos e ideias ambientais; combinação através de conceitos e ideias compartilhados e, internalização pela realização de atos ambientais dinâmicos viabilizando a aplicação do conhecimento explícito em tácito.

Com base nas evidências coletadas é possível afirmar que a empresa em questão desenvolve de forma sistematizada e criativa as práticas de educação ambiental, contribuindo, assim, à mudança de comportamento de seus colaboradores. No que tange a gestão do conhecimento percebe-se que a empresa em questão a utiliza como ferramenta para promover a educação ambiental, procurando desenvolver processos de criação, desenvolvimento e compartilhamento de conhecimento ambiental entre seus colaboradores.

HOSS, O.; ROJO, C. A.; GRAPEGGIA, M. Gestão de ativos intangíveis: da mensuração à competitividade por cenários. São Paulo: Atlas, 2010. LEFF, E. Saber ambiental: Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2007. NAIME, R.; GARCIA, A. C. A. Percepção ambiental e diretrizes para compreender a questão do meio ambiente. Novo Hamburgo: FEEVALE, 2004. SOUZA, M. C. C. Educação ambiental e as trilhas: contexto para a sensibilização ambiental. REVBEA, v. 9, n. 9, São Paulo, p. 239-253, 2014.