Resumo

Título do Artigo

PSICODINÂMICA DO TRABALHO E BURNOUT: COMPREENDENDO O SOFRIMENTO E AS ESTRATÉGIAS DEFENSIVAS NO TRABALHO ACADÊMICO DE MESTRANDOS EM ADMINISTRAÇÃO
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Palavras Chave

Psicodinâmica do trabalho
Burnout
Trabalho acadêmico

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Significado do Trabalho, Satisfação e Mecanismos de Recompensa

Autores

Nome
1 - Evangelina de Mello Bastos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - Natal - RN
2 - CAROLINA DE SOUSA M MELO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - departamento de ciências administrativas
3 - Petruska de Araujo Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - Programa de Pós-Graduação em Administração
4 - MARIA LUIZA AZEVEDO DE CARVALHO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - Natal
5 - Gabriela Figueiredo Dias
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - PPGA

Reumo

A abordagem da psicodinâmica do trabalho, desenvolvida por Christophe Dejours, considera que o indivíduo em suas vivências experimenta um sofrimento ligado ao trabalho que merece atenção, pois pode comprometer o seu compromisso com o mesmo. Para lidar com as pressões organizacionais, os indivíduos criam mecanismos de defesa individuais e coletivos. No contexto desta pesquisa trabalho é sinônimo de academia e trabalhador é sinônimo de pós-graduando (mestrando).
Este estudo tem como objetivo compreender o processo de criação de estratégias defensivas e suas manifestações em mestrandos de administração com relação ao sofrimento no ambiente de trabalho acadêmico. Buscou-se responder as seguintes questões de pesquisa: 1) quais os antecedentes que levam ao sofrimento no trabalho acadêmico dos mestrandos? 2) quais as estratégias defensivas criadas pelos mestrandos? 3) Como sofrimento e as estratégias defensivas estão se manifestando no comportamento?
A revisão bibliográfica foi constituída pelas seguintes seções: o sentido do trabalho e logo depois a seção psicodinâmica do Trabalho e burnout, que serviram como arcabouço teórico para construção do modelo de pesquisa. Na seção seguinte, foram listados estudos recentes relacionados ao tema para posterior comparação com os resultados. Por fim, para atingir o objetivo da pesquisa, foi elaborado um modelo de pesquisa baseado teoria da psicodinâmica do trabalho e no referencial teórico.
A pesquisa é classificada como descritiva, com abordagem qualitativa. A amostra da pesquisa foi composta por 6 estudantes de pós-graduação em Administração, em um universo de 16 alunos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com auxílio de um questionário contendo 11 questões. A análise dos dados foi feita por análise de conteúdo categorial com o apoio do software NVivo®10. Por fim, a etapa de codificação seguiu dois ciclos: codificação descritiva e focalizada.
O estudo revelou 8 subcategorias de sofrimento encontradas no ambiente do trabalho acadêmico do programa de pós-graduação investigado. Para lidar com as situações de sofrimento, os entrevistados fizeram uso das seguintes estratégias defensivas: atividades extra acadêmicas, conformismo, estratégias de mobilização coletiva, necessidade de auto tranquilizar e negação da realidade. Quando não conseguem modificar a situação ou alcançar estratégias efetivas, acabam apresentando sintomas de burnout.
O objetivo do estudo foi alcançado e as questões de pesquisa foram respondidas. Foi possível compreender o processo de criação de estratégias defensivas e suas manifestações em mestrandos de administração com relação ao sofrimento no ambiente de trabalho acadêmico. Os resultados mostraram que nem todos os entrevistados apresentaram uma quantidade elevada de sinais de burnout. Esse resultado mostra que eles souberam lidar com a situação de sofrimento criando estratégias efetivas de defesa.
ATHAYDE, M. Christophe Dejours: da psicologia à psicodinâmica do trabalho. In: Selma Lancman e Laerte I. Sznelman (org.) Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro: Fio cruz/Brasília, v. 21, n. 3, p. 984-990, 2005. PINES, A. M.; KEINAN, G.; Stress and burnout: The significant difference. Personality and Individual Differences. v.39, n.3, p. 625–635, 2005. SALDAÑA, J. The coding manual for qualitative researchers. SAGE, 2009.