Resumo

As organizações hospitalares foram inseridas em um meio muito competitivo no qual a permanência depende de uma gestão eficiente capaz de garantir o nível de desempenho exigido. Atualmente tornaram-se organizações prestadoras de serviços que devem atender à crescente demanda por serviços de qualidade.Desse modo, a execução eficiente da administração hospitalar requer aptidão dos gestores para coordenar os vários tipos de agentes, conduzindo-os para prestação de serviços de saúde com qualidade.

A avaliação do desempenho possibilita a mensuração da eficiência da gestão financeira, e pode ser realizada por meio de várias ferramentas de gestão e controle. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é verificar quais são os fatores determinantes no desempenho econômico-financeiro de organizações hospitalares públicas e privadas. Portanto, o problema de pesquisa consiste em verificar: Quais indicadores econômico-financeiros são determinantes no desempenho de organizações hospitalares?

Conforme La Forgia e Couttolenc (2009), no Brasil os hospitais respondem por 70% dos atendimentos de emergência, 27% do atendimento ambulatorial e por quase todas as internações. Além disso, empregam 56% dos profissionais e recebem 67% dos gastos com a saúde. A elaboração de indicadores econômico-financeiros pode identificar fatores determinantes de desempenho e propor correções (DAMASCENO et al., 2008). Assim, a longevidade dos hospitais exige a adoção de técnicas de avaliação de desempenho.

Considerou-se uma amostra de 30 hospitais brasileiros, públicos e privados no período de 2008 a 2012. As variáveis utilizadas foram os indicadores de desempenho econômico-financeiros. A coleta de dados se deu por meio de pesquisa documental, por meio de Demonstrações Contábeis divulgadas pelos hospitais em seus diversos sites.A análise dos dados deu-se por meio da técnica estatística de análise fatorial. O estudo envolve análise dos fatores determinantes no desempenho dos elementos patrimoniais.

O resultado da análise fatorial foi estatisticamente significante e explica 87,43% da variância total do modelo. O fator Estrutura de Capital (PCT, IPL RSPL) explica a maior parte da variância, com o percentual de 22,35%. O fator Lucratividade (MO, MB, PMRSP) explica 18,09% da variabilidade. Já o fator Liquidez (LG, LC) explica a variação de 16,53%. Os fatores Rentabilidade (ML, RSA) e Aplicação de Recursos (GA, IEG) apresentam percentuais de variância de 15,98% e 14,47%, respectivamente.

Observou-se que a prestação dos serviços de saúde com qualidade relaciona-se com o aprimoramento dos modelos de gestão. Portanto, concluiu-se que a eficiência da gestão financeira dos hospitais pode ser mensurada através do acompanhamento de sua performance, sendo que os fatores determinantes no desempenho foram estatisticamente significantes e representados por meio dos indicadores econômico-financeiros de Estrutura de Capital, Lucratividade, Liquidez, Rentabilidade e Aplicação de Recursos.

COILE Jr., R. Five stages of managed care: healthcare´s market revolution. Cost&Quality,QuartelyJournal, v. 2, n. 3, July 1996. LA FORGIA, G.; COUTTOLENC, B. F. Desempenho hospitalar no Brasil: em busca da excelência. São Paulo: Singular, 2009. SOUZA, A. A.; GUERRA, M.; LARA, C. O.; GOMIDE, P. L. R.; PEREIRA, C. M.; FREITAS, D. A. Controle de Gestão em Organizações Hospitalares. Revista Gestão USP, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 15-29, jul./set. 2009a.