Resumo

Título do Artigo

Padrões de Consumo de Famílias Paulistas de Baixa Renda: Um Estudo Comparativo entre as POFs de 2002/2003 e 2008/2009
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Palavras Chave

Padrões de Consumo
Baixa Renda
Orçamento Familiar

Área

Marketing e Comportamento do Consumidor

Tema

Comportamento do Consumidor - Estudos Descritivos Quantitativos

Autores

Nome
1 - Isabella Galdino Ballestero
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
2 - Hermes Moretti Ribeiro da Silva
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
3 - Eduardo Eugenio Spers
ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING (ESPM) - PMDGI e MPCC

Reumo

Os padrões de consumo da população são um indicativo chave a respeito do desenvolvimento econômico e social do brasileiro. Percebe-se uma melhoria quantitativa e qualitativa dos mesmos considerando as famílias menos favorecidas, que passaram a comprar mais e também a sofisticar suas preferências. Tendo isto em vista, pode-se dizer que, nos últimos anos, muitas delas ascenderam socialmente e passaram a configurar-se como importante mercado consumidor dos mais diversos bens.
O presente estudo lança o seguinte questionamento: Quais são as transformações de cunho quantitativo e qualitativo observadas entre padrões de consumo do segmento de baixa renda de São Paulo entre os anos de 2002/2003 e 2008/2009? Dentro do escopo do problema de pesquisa, tem-se como objetivo geral tecer uma análise comparativa dos padrões de consumo de famílias paulistas de baixa renda contidas na Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE (2002/2003 e 2008/2009).
A existência de um orçamento familiar parte do princípio de que as famílias decidem acerca do que irão consumir levando em consideração a limitação de seus recursos. As famílias menos favorecidas submetem-se a um limitado orçamento enquanto buscam atingir um nível ótimo de satisfação. Sustenta-se a ideia de que o mercado de baixa renda é heterogêneo e deve ser segmentado em grupos relativamente homogêneos, tomando como variáveis aglomeradoras a composição do orçamento familiar e sua renda.
As 1040 famílias paulistas de baixa renda (renda bruta entre R$830 e R$2075) contidas na POF 2008/2009 são agrupadas conforme suas categorias de despesa. Para isto, utiliza-se a Análise de Cluster, técnica que será aplicada considerando a participação (em %) de cada uma das 14 categorias de despesa (tais como alimentação, habitação, transporte e assistência à saúde) sobre o orçamento familiar. Posteriormente, compara-se os agrupamentos obtidos com aqueles oriundos de dados da POF de 2002/2003.
Obtiveram-se 5 clusters, os “Caseiros”, “Batalhadores da Sobrevivência”, “Enfermos”, “Econômicos”, “Hedonistas”. Eles têm como despesas discriminantes a habitação, alimentação, assistência à saúde, habitação/alimentação e viagens, respectivamente. Estes são semelhantes aos seus antecessores, “Sofredores do aluguel”, “Batalhadores da sobrevivência”, “Jeitinho Brasileiro” e “Valorização do ter”. No entanto o cluster “Enfermos” é uma exceção, uma vez que difere de seu predecessor, “Investidores”.
Conclui-se que o orçamento familiar é uma variável chave de segmentação, mostra-se que a heterogeneidade dos padrões de consumo é uma realidade quando se trata das famílias menos favorecidas. Logo, esta heterogeneidade poder ser considerada uma evidência do potencial mercadológico de tais famílias, uma vez que os padrões supracitados evoluíram durante os anos considerados e muitas delas tornaram-se aptas a aumentar a parcela de recursos gastos com diferentes itens, supérfluos ou não.
Aaker, D. A.; George, S.D.; Kumar, V (2004). Marketing Research. Estados Unidos: Wiley. Heath, C., & Soll, J. B. (1996). Mental budgeting and consumer decisions. Journal of Consumer Research. Kamakura, W. A.; & Mazzon, J. A. (2013). Socioeconomic status and consumption in an emerging economy. International Journal of Research in Marketing, 4-18. Silva, H. M. R.; Parente, J. G.; Kato, H. T. (2009). Segmentação da baixa renda baseado no orçamento familiar. Revista de Administração FACES Journal.