Resumo

Título do Artigo

PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE ESFERA PÚBLICA: um Estudo Bibliométrico em Múltiplas Áreas do Conhecimento (1970-2015)
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Palavras Chave

Esfera Pública
Democracia
Estudo Bibliométrico

Área

Administração Pública

Tema

Organizações do Terceiro Setor

Autores

Nome
1 - André Spuri Garcia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
2 - José Roberto Pereira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamernto de Administracao
3 - Valderí de Castro Alcântara
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Economia e Administração
4 - Elaine Santos Teixeira Cruz
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
5 - Luiz Kennedy Cruz Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS (UNIFAL-MG) - Campus Avançado de Varginha

Reumo

O conceito de esfera pública vai além das obras de Habermas, sendo debatido por uma diversidade de autores ao pesquisar temas como democracia, movimentos sociais, opinião pública, relações entre Estado e sociedade civil, mídia, deliberação pública e participação social, sendo assim categoria central de algumas perspectivas contemporâneas da democracia (AVRITZER; COSTA, 2004). Portanto, a constatação inicial é que a produção científica em esfera pública parecer ser ampla e plural.
É relevante conhecer a produção acadêmica sobre a esfera pública: O número de publicações está crescendo? É uma temática interdisciplinar? Quais os autores mais citados? Quais obras? Quais as palavras-chave centrais? Como é caracterizado o campo de pesquisas em esfera pública? Assim, a pergunta geral deste artigo é: Como se configura o ‘campo’ da produção científica sobre esfera pública? Nesse sentido, o objetivo é analisar como se configura o ‘campo’ de publicações sobre esfera pública.
O conceito de esfera pública ganhou grande destaque na segunda metade do século XX e é amplamente discutido na literatura internacional, em campos e disciplinas das ciências como teoria política, história e sociologia (PEREIRA, 2012). É um conceito com “[...] polissemia conceitual manifesta” (RIBEIRO, 2012, p. 2). Ferree et al. (2002) destacam quatro tradições da esfera pública: liberal representativa, liberal participativa, discursiva e construcionista.
Buscou-se a base de dados Web of Science para desenvolver uma pesquisa caracterizada como um estudo bibliométrico, que apesar das limitações, avalia a produção científica e permite identificar tendências, categorias emergentes, autores, obras e temáticas centrais. O estudo foi realizado com 801 artigos científicos publicados de 1970 à 2015. Para as análise utilizou-se de planilhas eletrônicas, EndNote e CiteSpace seguindo o framework proposto por Prado et al. (2016).
A maioria dos textos é marcada por discussões sobre mídia, internet, cultura política, movimentos sociais e esfera pública transnacional. Habermas é o autor mais citado e possui a obra com maior destaque no campo. Outras características e tendências encontradas foram: o conceito de esfera pública é relevante principalmente em áreas como comunicação, literatura, história, ciência política e filosofia; e está intimamente relacionado com discussões sobre mídia, democracia e comunicação.
O estudo demonstra que o ‘campo’ de publicações em esfera pública é interdisciplinar, amplo e que ainda está em crescimento. Constatou-se que além de ser autor do artigo mais citado (Religion in the public sphere – 220 vezes), Jürgen Habermas aparece como a principal referência bibliográfica do campo com sua obra Mudança Estrutural da Esfera Pública de 1962. Percebeu-se também que por meio de Habermas a tradição discursiva (FERREE et al., 2002) da esfera pública é dominante no campo.
FRASER, N. Transnationalizing the public sphere: on the legitimacy and efficacy of public opinion in a post-Westphalian world. Theory Culture & Society, v. 24, n. 4, p. 7-30, 2007. HABERMAS, J. Religion in the public sphere. European Journal of Philosophy, v. 14, n. 1, p. 1-25, 2006. FERREE, M. M.; GAMSON, W. A.; GERHARDS, J.; RUCHT, D. Four models of the public sphere in modern democracies. Theory and Society, v. 31, n. 3, p. 289-324, 2002.