1 - Marlene Valério dos Santos Arenas FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA (UNIR) - Departamento de Ciências Contábeis
2 - VALMIRIA CAROLINA PICCININI UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - PPGA
Reumo
O interesse pelo tema que será discutido neste artigo é decorrente do fato da pesquisadora atuar no Poder Judiciário de um Estado do norte do Brasil e sempre ter se inquietado com situações vexatórias, vividas por servidores, que se caracterizam como assédio moral. diante dessa constatação é que a pesquisa foi realizada.
Este artigo é parte de um estudo que buscou caracterizar quantitativamente os casos de assédio moral, tipos, formas, frequência, duração e se o adoecimento da vítima está ligado a este fenômeno em um órgão do Poder Judiciário de um Estado no Norte do País.
Segundo Hirigoyen (2009), os abusos de poder são frequentes no serviço público e podem ser expressos, por exemplo, por meio da distribuição de cargos ou quando diretores decidem não darem atribuições aos funcionários antes mesmo de conhecê-los ou saber como trabalham.
A pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, descritivo, em que foram levantados dados quantitativos por meio de uma “survey”, em uma Instituição Pública, no caso o Tribunal de Justiça de um Estado Brasileiro no norte do país, A pesquisa quantitativa consistiu em uma survey para mapear e caracterizar o número de casos de assédio moral, como são constatados, bem como tipos e atitudes que o configuram na população escolhida.
Quando perguntados se sofreram ou sofrem assédio moral no ambiente de trabalho, 133 responderam que se sentem assediados e 65 que não. Buscou-se cruzar os dados entre os que afirmaram se sentirem assediados com o tempo de serviço. Dos 133 que se sentem assediados a maior frequência ocorre entre os que estão (ou estavam) de 1 a 3 anos no serviço público, justamente quando o servidor está em período de estágio probatório, que é quando o mesmo encontra-se mais vulnerável, porque depende aprovação
O tempo de duração do assédio moral tem relação também com o fato de muitos dos assediados encontrarem-se em estágio probatório, dependendo da avaliação positiva do seu superior para adquirir a estabilidade no serviço público. Esses dados corroboram as informações encontradas nas questões abertas. Observa-se também que os servidores com mais tempo de serviço não são alvo dos agressores, diferenciando-se de outras pesquisas já realizadas.
AMAZARRAY, M.R. Violência psicológica e assédio moral no trabalho enquanto expressões de estratégias de gestão. 2010. 269f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010
BARRETO, Margarida. Violência, Saúde e Trabalho – uma jornada de humilhações. São Paulo: EDUC, 2006.
BATALHA, Lílian R. Assédio Moral em face do servidor público. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2009.