Resumo

Título do Artigo

Uma análise da relação entre a Intensidade Tecnológica e o Grau de Intangibilidade no Desempenho Financeiro da Indústria Brasileira
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Palavras Chave

Grau de Intangibilidade
Desempenho Financeiro
Intensidade Tecnológica

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital e Valor

Autores

Nome
1 - Guilherme Afrânio Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Gestão e Negócios
2 - Luciana Carvalho
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
3 - Fernanda Maciel Peixoto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN

Reumo

A desmaterialização das atividades econômicas atribuiu destaque para a produção de conhecimento na construção de novas fontes de valor para as empresas, de modo que capital financeiro e trabalho, aspectos tradicionalmente valorizados, não são suficientes para criar vantagens competitivas sustentáveis. Marcas, patentes, conhecimento organizacional, softwares e outros ganharam relevância estratégica. A mensuração do ativo intangível é, atualmente, um dos maiores desafios da contabilidade.
Este artigo busca responder à seguinte questão de pesquisa: “Existe relação entre o desempenho econômico-financeiro e a grandeza da intangibilidade das organizações?”. O objetivo consiste em investigar qual a relação entre a dimensão intangível de empresas brasileiras e seus indicadores de desempenho financeiro. Ademais, buscou-se verificar se existem diferenças nessa relação entre empresas de alta e baixa intensidade tecnológica, abordagem ainda não realizada no meio acadêmico brasileiro.
Os artigos base para este estudo foram: no Brasil – Carvalho, Kayo e Martin (2010) e no exterior – Perez e Famá (2006), Chen, Cheng e Hwang (2005) e Díez et al. (2010). Em geral, esses estudos apontam que a gestão eficiente do ativo intangível exerce influência no desempenho futuro das empresas, tanto em lucratividade como no crescimento das vendas. Nas firmas brasileiras, em geral, predominam ativos tangíveis em detrimento dos intangíveis ao contrário do que ocorre nas firmas estrangeiras.
A amostra envolveu empresas brasileiras listadas na BM&FBovespa nos anos de 2012, 2013 e 2014. Ela foi segmentada em dois grupos: (1) empresas de alta a média-alta intensidade tecnológica e (2) empresas de baixa a média-baixa intensidade tecnológica; conforme a classificação elaborada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O método adotado foi regressão de dados em painel com efeitos fixos e aleatórios, utilizando o Teste Hausman.
Constatou-se que não existe diferença significativa quanto à relação intangibilidade versus desempenho entre setores com alta e média-alta intensidade tecnológica e baixa e média-baixa intensidade. Observou-se que o Grau de Intangibilidade (GI) não apresentou influência significativa em indicadores como ROA e ROE para empresas de alta intensidade tecnológica. Por sua vez, encontrou-se uma relação positiva e significante do GI com ROE em empresas de baixa intensidade tecnológica.
A relação entre gestão eficiente do ativo intangível e desempenho tem sido vastamente estudada na área de Finanças. Os resultados deste estudo corroboram a pesquisa de Carvalho, Kayo e Martin (2010) e podem ser reflexo da própria natureza das empresas brasileiras. Pode-se inferir que as indústrias brasileiras ainda não têm a expertise necessária para gerenciar seus ativos intangíveis de forma adequada o que implica ainda na baixa relevância do grau de intangibilidade em seus desempenhos.
CARVALHO, F. de M.; KAYO, E. K.; MARTIN, D. M. L. Tangibilidade e Intangibilidade na Determinação do Desempenho Persistente de Firmas Brasileiras. Revista de Administração Contemporânea, v. 14, n. 5, p.871-889, 2010. PEREZ, M, M.; FAMÁ, R. Ativos intangíveis e o desempenho empresarial. Revista Contabilidade e Finanças, v. 17, n. 40, p. 7-24, 2006.