Initial Public Offering
Desempenho
Concentração de propriedade
Área
Finanças
Tema
Estrutura de Propriedade e Reestruturações
Autores
Nome
1 - Dante Baiardo Cavalcante Viana Junior UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
2 - CINTHYA RACHEL FIRMINO DE MORAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC - Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo
3 - MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
Reumo
A competitividade e a necessidade de crescimento levam as firmas a buscar financiamento externo. O mercado de capitais constitui uma fonte relevante desse financiamento. Acerca dos reflexos da abertura de capital para as empresas, diversos estudiosos apontam mudanças na estrutura de propriedade, em especial no que tange à concentração de capital, em momentos ex post à oferta pública de ações (BRUTON et al., 2010; FOLEY; GREENWOOD, 2010; HELWEGE; PIRINSKY; STULZ, 2007).
Dado o interesse dos investidores nas expectativas de desempenho futuro das empresas quando estas abrem seu capital (KURTARAN; ER, 2008), o estudo visa responder à questão: Qual a relação entre a concentração de propriedade e a variação de desempenho nas empresas antes e depois da IPO? O objetivo do estudo é investigar a influência da concentração de propriedade na variação de desempenho, antes e depois da IPO, em empresas listadas na BM&FBovespa.
Bruton et al. (2010) alertam que diversos problemas de agência podem ocorrer no momento de uma IPO. Wang (2005) apresenta evidências empíricas de que a concentração de propriedade no ano em que a empresa realiza IPO é determinante na variação do desempenho antes e depois da operação. No entanto, as discussões acerca da relação, positiva ou negativa, da concentração de propriedade sobre o desempenho não são conclusivas (OKIMURA; SILVEIRA; ROCHA, 2007), reforçando a relevância da pesquisa.
A amostra reúne 55 empresas listadas na BM&FBovespa que realizaram IPO entre 2004 e 2015. Os dados foram coletados no Formulário de Referência e na Economatica®. Para a regressão múltipla hierárquica, adotou-se como variável dependente a variação do desempenho, mensurado pelo ROA e pelo ROE, dois exercícios anteriores e posteriores à IPO. Como variável independente, utilizou-se a concentração de propriedade no momento t-1 em relação à IPO – ano anterior mais próximo antes da abertura de capital.
No que tange às variáveis dependentes (ΔROA e ΔROE), observou-se que ambas apresentaram médias negativas, indicando que, em média, as empresas da amostra sofreram queda de desempenho após a IPO. No tocante à significância das variáveis independentes nos modelos de regressões múltiplas estimados, constatou-se uma influência negativa e significante da concentração de propriedade apenas sobre o ROA, não sendo possível detectar tal influência sobre a variação do ROE.
A partir dos resultados encontrados, conclui-se que, de fato, há uma influência estatisticamente significante da concentração de propriedade em momentos próximos à IPO sobre a variação do desempenho das companhias antes e depois da IPO, mensurado pelo ROA, não se constatando tal influência sobre o ROE. Destarte, os achados da pesquisa contribuem para a ampliação da literatura que trata de IPO, no que diz respeito a concentração de propriedade e desempenho nos momentos anterior e posterior à IPO.
BRUTON, G. D.; FILATOTCHEV, I.; CHAHINE, S.; WRIGHT, M. Governance, ownership structure, and performance of IPO firms: the impact of different types of private equity investors and institutional environments. Strategic Management Journal, v. 31, n. 5, p. 491-509, 2010.
WANG, X.; CAO, J.; LIU, Q.; TANG, J.; TIAN, G. G. Disproportionate ownership structure and IPO long-run performance of non-SOEs in China. China Economic Review, v. 32, p.27-42, 2015.