Resumo

Organizações sem fins lucrativos integram o campo da gestão social, portanto apresentam-se inseridas em um ambiente organizacional instável, tendo assim a necessidade constante de ajustar e revisar o modelo de governança praticado como forma de garantir sobrevivência, revisar a hierarquia e melhorar os resultados sociais por meio da promoção da transparência e a efetividade da aplicação dos seus recursos.

Problema de Pesquisa: Como organizações sem fins lucrativos se apropriam de estratégias de governança e gestão para alavancar resultados sociais? Objetivo: Identificar e tipificar as principais características de governança que norteiam as ações da Rede Marista de Solidariedade (RMS), fundamentada nos elos formais e informais estabelecidos entre os atores em negociação com a estrutura hierárquica constituída.

Primeiramente discute-se a governança em redes (Van Aken e Weggeman, 2000; CRUZ, 2012, 2013) onde se busca evidências de modelos de governança que se organizam sob formas de rede de cooperação. Na sequência foi abordado a tipologia de governança, considerando as características que favorecem a estruturação de modelos de governança conforme aponta a teoria de Bernier e al (2003).

A pesquisa apresenta-se predominantemente exploratória e descritiva, ao exibir população, fenômenos e suas experiências. Por ser um tipo de pesquisa muito específica, optou-se pela utilização de estudo de caso, cuja triangulação de dados se deu por meio de pesquisa documental, bibliográfica, de levantamento e de campo. Trata-se de uma pesquisa com característica majoritariamente qualitativa, com o interesse de tratamento e análise das temáticas de governança.

Existem evidências de que as interações entre os atores da RMS são participativas e centradas na missão, entretanto não se trata de um processo ainda orgânico. Percebe-se a relação clara de um modelo de Governança Híbrido, pautado em características focadas nos modelos de Parcerias e Comunitários, com elementos discretos do modelo Corporativo, evidenciando um caso vinculado ao terceiro setor, cuja integração de modelos cooperativos se misturam as características eminentemente corporativas.

A governança em rede constitui uma forma estratégica de alavancar resultados sociais, pois subsidia as unidades no enfrentamento de problemas sociais. Percebe-se uma intrigante relação entre o histórico da Rede, sua tipologia híbrida de governança, cuja complexidade de fatores levam a um modelo particular, misturando elementos de participação, autonomia e medidas de controle, reforçando o posicionamento teórico e empírico das pesquisas de Cruz (2007) e Cruz et al. (2013).

BERNIER, L.; BOUCHARD, M.; LÉVESQUE, B (2003); CANÇADO, A.; PEREIRA, J.; TENÓRIO, F (2013); CRUZ, J. A. W (2012, 2007, 2013, 2010, 2006); FALCONER, A. P (1999); FRANCO, A (2004); GIL, A. C (2009); MILAGRES, M. R; REZENDE, O; GONÇALVES, C. A (2012); RICHARDSON, R. J (1999); SCHREIER, M (2012);VAN AKEN, J. E.; WEGGEMAN, M. P (2000);VERGARA, S. C (2009).