Resumo

Título do Artigo

Fairness ou Arms-lenght: Abordagens da Gestão de Stakeholders no Setor Bancário
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Palavras Chave

Stakeholders
Fairness
Setor Bancário

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Corporativa e de Stakeholders

Autores

Nome
1 - Greici Sarturi
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Departamento de Administração - Palmeira das Missões
2 - Simone Ruchdi Barakat
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo
3 - Keysa Manuela Cunha de Mascena
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Faculdade de Economia, Adinistração e Contabilidade - FEA

Reumo

Uma premissa subjacente aos trabalhos que defendem a teoria dos stakeholders é que os stakeholders procuram relacionamentos justos. Bridoux e Stoelhorst (2014) relaxam essa premissa e propõem que além da abordagem fairness, ou seja, o gerenciamento baseado na justiça, os stakeholders podem preferir relacionamentos baseados no poder de barganha. Esta abordagem é denominada arms-length. Para os autores, ambas as abordagens podem levar a criação de valor sustentável.
Considerando-se as ideias de Bridoux e Stoelhorst (2014) que ambas abordagens podem levar a resultados positivos, emergem as seguintes questões: Quais abordagens da gestão de stakeholders adotadas pelas empresas: fairness ou arms-lenght? Quais características da empresa podem influenciar a escolha da abordagem? Assim, o objetivo é identificar a abordagem de gestão de empresas que operam em um mesmo setor e analisar as características das empresas que possam estar associadas a essas abordagens.
A fundamentação teórica foi desenvolvida considerando a Gestão de stakeholders (Freeman, 1984, Freeman et al., 2007), Justiça organizacional (Fairness) (Phillips, 1997) e a proposição de Bridoux e Stoelhorst (2014) sobre as Abordagens Fairness e Arms-length de gerenciamento dos stakeholders. A primeira abordagem caracteriza-se por relacionamentos baseados na justiça enquanto. A segunda abordagem, por sua vez, baseia-se no poder de barganha das partes envolvidas.
Este estudo empregou uma abordagem qualitativa e exploratória para investigar os tipos de abordagem para a gestão de stakeholders em 11 empresas do setor bancário brasileiro. Foram analisados três grupos de stakeholders (clientes, fornecedores e funcionários) e dados foram coletados de relatórios GRI e do site do Banco Central referentes ao ano de 2014. A análise baseou-se na proposição de Bridoux e Stoelhorst (2014) que divide as abordagens de gestão de stakeholders em Fairness e Arms Length.
Na amostra estudada, foram encontrados três tipos de abordagens, a Fairness, a Arms-length e a abordagem mista, que combinou diferentes abordagens para diferentes grupos de stakeholders. Os resultados também indicaram que características da organização, como tamanho e lucratividade, podem influenciar a escolha da abordagem. Quanto ao tamanho, empresas menores adotaram uma abordagem única e empresas de maior porte e com maior lucratividade apresentaram uma abordagem mista.
Esta pesquisa contribui para a literatura de stakeholders em função de duas aspectos. Primeiro, avança na discussão levantada por Bridoux e Stoelhorst (2014) pois mostra que as empresas adotam as duas abordagens de forma combinada, ou seja, são do tipo Fairness para determinados grupos de stakeholders e Arms-length para outros. Em segundo lugar, a associação com lucratividade indicou que, ao contrário da proposição dos autores, as empresas apresentam diferentes desempenhos financeiros.
Bridoux, F., Stoelhorst, J.W. (2014). Microfoundations for stakeholder theory: Managing stakeholders with heterogeneous motives. Strategic Management Journal, 35(1), 107-125 Freeman, R.E. (1984). Strategic management: a stakeholder approach. Boston: Pitman Freeman, R.E, Harrison, J.S., Wicks, A.C. (2007). Managing for stakeholders: Survival, reputation, and success. Yale University Press Phillips, R.A. (1997). Stakeholder theory and a principle of fairness. Business Ethics Quarterly, 7(01), 51-66