Resumo

Título do Artigo

CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DE UMA REDE SOCIOTÉCNICA NA CADEIA RANÍCOLA BRASILEIRA: AVANÇOS E DESAFIOS
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Palavras Chave

Rede Sociotécnica
Ranicultura
Cadeia de Valor

Área

Gestão da Inovação

Tema

Redes, Cooperação Tecnológica e Inovação Aberta

Autores

Nome
1 - André Yves Cribb
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa - Embrapa Agroindústria de Alimentos

Reumo

A cadeia ranícola brasileira, entendida como o conjunto de elos produtivos e comerciais relativos a produtos e derivados de rãs, é relativamente recente e promissora. No Brasil, o início da criação de rãs em cativeiro ocorreu em 1935. Na década de 1970, as pesquisas para seu aprimoramento se intensificaram e impulsionaram o surgimento de unidades de produção e comercialização. Ao mesmo tempo, se definiram seus segmentos de mercado. Atualmente, a cadeia ranícola tem seu lugar claramente definido na economia brasileira.
Na cadeia ranícola brasileira, tem-se constatado uma baixa disponibilidade de informações tecnológicas, gerenciais, mercadológicas e socioeconômicas - necessárias e adequadas para a entrada e permanência de empreendimentos familiares bem como para a ampliação de seus investimentos. O presente artigo tem por objetivo analisar os avanços ocorridos e os desafios observados, no período de 2012-2015, no desenvolvimento de um projeto de construção de uma rede sociotécnica na cadeia.
Devido a sua precária condição de atuação, o pequeno produtor se encontra na necessidade de interagir regularmente com indivíduos e organizações que atuam no seu entorno, ou seja, nos seus sistemas sociais de aprendizagem. Sendo responsável por uma multiplicidade de atividades produtivas, ele precisa buscar informações sobre um grande leque de assuntos, interagindo com um amplo conjunto de pessoas. A rede é, em princípio, uma estrutura adequada para atender a tais necessidades.
A construção da rede foi realizada mediante os seguintes procedimentos metodológicos: operacionalização da pesquisa, caracterização técnico-econômica da cadeia, identificação das oportunidades, ameaças, forças e fragilidades da cadeia, priorização das demandas da cadeia, promoção da interação entre os atores da cadeia, fortalecimento da mediação técnica na cadeia, transmissão de tecnologias aos atores da cadeia, monitoramento das estratégias aplicadas e das tecnologias transferidas.
O presente artigo destaca sete resultados obtidos e analisados ao longo do processo de construção da rede: um grupo de trabalho especificamente organizado, uma lista eletrônica com 361 membros, assistência técnica e gerencial por meio da lista, capacitação de 48 agentes multiplicadores, treinamento de 126 produtores e empreendedores, implantação e operacionalização de um portal eletrônico, caracterização de gargalos no processo de construção da rede sociotécnica.
A baixa disponibilidade de informações tem-se revelado um inegável fator inibidor da consolidação e expansão da cadeia ranícola brasileira. A rede construída é vista como um sistema de conexões entre atores envolvidos na cadeia ranícola. Alguns deles representam os interesses de organizações públicas e privadas. Outros atuam a título individual. Apesar das diferenças decorrentes dessas características, todos são motivados pelas oportunidades de interação e aprendizagem oferecidas pela rede.
O artigo foi elaborado com base em 28 referências bibliográficas. Entre elas, há publicações nacionais e internacionais. As referências foram selecionadas dentro de uma perspectiva multidisciplinar com predominância da administração, sociologia, economia, zootecnia e biologia.