Resumo

Título do Artigo

POTENCIALIDADES E DESAFIOS NA ARTICULAÇÃO ENTRE A MEMÓRIA E A APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL: O Centro de Memória Bunge.
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Palavras Chave

Aprendizagem Organizacional
Memória Organizacional
Centro de Memória

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Aprendizagem nas Organizações

Autores

Nome
1 - Franciele Aline Parrilla
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA
2 - Márcio Ogliara
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - administração de empresas
3 - João Paulo Bittencourt
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO (UNASP) - Campo Limpo

Reumo

A memória organizacional é um conceito central nas teorias de gestão do conhecimento e aprendizagem organizacional (Olivera & Casey, 2003). Estudos demonstram que o armazenamento de novos conhecimentos e a utilização de conhecimento armazenado são componentes-chave da aprendizagem organizacional (Huber, 1991; Levitt & March 1988). Outros ainda evidenciam que as decisões são suscetíveis de serem mais eficazes quando consideradas em termos de história da organização do que quando feitas em um vácuo histórico (Walsh & Ungson, 1991).
Centros de memória podem ser considerados um centro de conhecimento onde se coletam, conservam e utilizam conhecimentos (Walsh & Ungson, 1991). Pouco se sabe sobre o uso dos centros de memória com o objetivo de promover aprendizagem organizacional (Jennex & Olfman, 2004) e seu potencial muitas vezes se restringe à preservação e guarda de documentos. Por isso, este artigo teve como objetivo principal: “Identificar e analisar a articulação entre a memória organizacional e aprendizagem organizacional por meio da análise da atuação do Centro de Memória Bunge”.
A memória organizacional trata de artefatos mentais e estruturais que consistem em informações armazenadas a partir da história da organização, as quias podem ser usadas para basear as decisões presentes (Walsh & Ungson, 1991). Essa memória é composta por três categorias conceituais: conteúdo, estrutura e processos de aquisição, armazenagem e recuperação (Olivera, 2000). Esse conceito pode ser mais ou menos articulado à aprendizagem organizacional, entendida aqui como o aprendizado pela codificação de experiências de sua história em comportamentos de rotina (Levitt & March, 1988)
- Foi conduzido um estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa, tendo como objeto de estudo o Centro de Memória Bunge, um dos mais consolidados do país, com mais de 20 anos de atuação. Foram realizadas entrevistas, coleta de múltiplos dados documentais e houve o acesso ao acervo. A codificação dos dados se deu de forma independente em primeiro nível e coletiva em segundo nível, com utilização do coeficiente de Kendall (W) para validar a concordância de codificação dos três pesquisadores, orientada a priori por quatro categorias analíticas.
Entre as potencialidades do CMB para a AO, destaca-se a necessidade de ampliação da política de difusão interna, assim como uma mudança do mindset de fornecedor de informações que são acessadas em situações pontuais para tornar-se um centro disseminador de informação em caráter estratégico. O CMB se destaca na preservação de identidade, na função informativa e na dinâmica de difusão externa. Seus desafios residem nas dimensões abstratas da representação e interpretação da memória, assim como a função de controle e a difusão do conhecimento com foco nos stakeholders internos à empresa.
A pesquisa trouxe elementos que podem subsidiar o entendimento da atuação de centros de memória como um elo entre a Aprendizagem Organizacional e a Memória Organizacional, articulação proposta por diversos pesquisadores, mas que tem recebido ao longo do tempo poucos esforços significativos nesse sentido. As limitações do estudo residem na amplitude restrita a um centro, no fato de se olhar apenas para a dimensão e perspectiva do CMB (por meio de entrevistas, acesso ao acervo e diversos documentos) e não envolver as áreas usuárias e seus sistemas de memória operacional particulares.
Levitt, B., & March, J. G. (1988). Organizational learning. Annual review of sociology, 14(1), 319-340. Moorman, C., & Miner, A. S. (1998). Organizational improvisation and organizational memory. Academy of management review, 23(4), 698-723. Olivera, F. (2000). Memory systems in organizations: an empirical investigation of mechanisms for knowledge collection, storage and access. Journal of Management Studies, 37(6), 811-832. Walsh, J. P., & Ungson, G. R. (1991). Organizational memory. Academy of management review, 16(1), 57-91.