Resumo

Título do Artigo

INVESTIDORES INSTITUCIONAIS E POLÍTICA DE DIVIDENDOS: evidências no Brasil
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Palavras Chave

Política de Dividendos
Efeito clientela
Classes de Investidores institucionais

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Lineker Costa Passos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FACULDADE DE ECONOMIA, ATUÁRIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE - FEAAC
2 - Antonio Carlos Coelho
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - PPAC
3 - Allan Pinheiro Holanda
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria (PPAC)

Reumo

Pesquisas têm investigado existência de influência de investidores institucionais nas decisões de dividendos das firmas, impactando o nível de payout e a decisão de distribuir lucros. A influência se apresentaria por demanda por ações que melhor atendessem a suas preferências de realização de caixa e seria exercida via disciplina de mercado, concretizada na sua participação no capital das firmas. Institucionais investiriam segundo preferências temporais por dividendos ou ganhos de capital.
Questão: Firmas brasileiras consideram a preferência de investidores institucionais em receber ou não dividendos para estipular sua decisão quanto à distribuição de lucros? Objetivo: Examinar se a presença de acionistas com a condição de investidor institucionalmente organizado, portanto, com maior poder de disciplina do mercado, afetaria decisões dos gestores no Brasil, a adequar a política de dividendos para atrair e manter essa classe de acionistas.
De acordo com Miller e Modigliani (1961) os gestores das firmas definiriam a política de dividendos para atender as demandas dos seus investidores, tal arcabouço é definido como efeito clientela. Segundo os mesmos autores a frequência de distribuição de lucros corresponde exatamente à distribuição preferida pelos seus investidores. Desta forma, cada firma tenderia a atrair para si investidores que considerassem a política de distribuição de dividendos da firma adequada às suas preferências.
Amostra está constituída por 294 firmas listadas na BM&FBovespa (1998-2014). Utilizou-se winsorização para observações outliers. A presença de institucionais foi mensurada pela presença como acionista e pela condição de participação relevante no capital das firmas, segmentando por tipo de investidor (fundos, bancos, seguradoras e carteiras). A política de dividendos foi definida pela propensão a distribuir lucros e pelo nível do payout declarado. A hipótese foi testada por LOGIT e TOBIT.
Participação relevante de institucionais afetou com significância a propensão a distribuir lucros, mais especificamente a participação de Fundos de Pensão e de Seguradoras. O nível de payout, por sua vez, foi afetado marginalmente pela participação de Fundos de Investimento. Portanto, pôde-se inferir que política de dividendos no Brasil é influenciada marginalmente pela participação relevante de classes de investidores institucionais.
A hipótese de impacto marginal da presença de investidores institucionais na base acionária da firma em sua política de dividendos não pôde ser rejeitada. Detectou-se Efeito Clientela pela participação relevante de distintas classes de investidores na propensão a distribuir lucros e na política de payout das firmas. Constatou-se que efeito clientela pode ser referenciado como atrativo praticado por firmas para atrair investidores institucionais seja preferindo liquidez, seja ganho de capital.
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