Resumo

Título do Artigo

Economia criativa, cultura e transformação urbana: uma análise do Mercado dos Pinhões em Fortaleza-CE
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Palavras Chave

Economia criativa
pós-modernidade
cidade

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades Organizacionais

Autores

Nome
1 - Alice Diógenes Olimpio Dote Sá
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Não existe unidade.
2 - Bruno Chaves Correia-Lima
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - NPGA
3 - Josimar Souza Costa
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Centro de Ciências da Gestão

Reumo

Na pós-modernidade, os objetos de consumo da economia criativa – sobretudo no que concerne a patrimônio, arte e cultura – vêm ganhando, cada vez mais, posição privilegiada na constituição do indivíduo. Em um momento histórico-cultural de crise dos referenciais identificatórios, a economia criativa, ao ter como tema central uma das maiores urgências da contemporaneidade: a identidade. O potencial transformador da economia criativa está diretamente relacionado à sua dimensão cultural, como influenciador na modificação dos padrões de uso do espaço público urbano.
Como a economia criativa pode influenciar na modificação dos padrões de uso dos espaços públicos urbanos? Estabeleceu-se como objetivo geral deste trabalho: analisar a influência da economia criativa na modificação dos padrões de uso dos espaços públicos urbanos, no Mercado dos Pinhões, em Fortaleza. Como objetivos específicos, tem-se: a) conhecer a ordenação histórica-social do Mercado dos Pinhões; b) caracterizar as atividades deste Mercado como economia criativa; c) apresentar as possíveis modificações no espaço do Mercado e entorno, considerando a economia criativa como influenciadora.
O pós-modernismo, definido por Jameson (1984), incide precisamente na ideia da existência de um campo de forças em que diferentes tipos de impulsos culturais assumem a sua orientação própria (RIBEIRO, 2000). É possível entender a economia criativa, considerando o seu potencial transformador diretamente relacionado à sua dimensão cultural, como um importante convite e influenciador na modificação dos padrões de uso do espaço público urbano, ao incitar uma outra forma de vivenciá-lo e levar os indivíduos a, coletivamente, conferir a ele outros usos e significados (LANDRY, 2011, p.14).
Na análise dos dados, utilizou-se, conjuntamente, o software Atlas.TI e a técnica da análise de conteúdo (BARDIN, 1977, p.41). Combinou-se as publicações na página de uma rede social (facebook) do Mercado dos Pinhões, com anotações de campo da observação como participante e observador em eventos realizados, no local, entre setembro de 2015 a março de 2016. Seguindo o protocolo sugerido por Creswell (2010), preocupou-se em realizar anotações preocupando-se em permaeer mais tempo como participante que observador e vice-versa.
O Mercado dos Pinhões está localizado no Centro de Fortaleza. Os novos usos desse patrimônio municipal consistem em atividades econômicas criativas e artístico-culturais quase que diárias. As atividades que tomam forma e ganham palco no Mercado dos Pinhões estão inseridas no escopo de atividades da Economia Criativa, e vêm acarretando, ao longo dos últimos anos, em mudanças de ocupação, vitalidade e significado no mesmo. As atividades contemplam, sobretudo, patrimônio e artes, e, em menor quantidade, mas ainda presentes, atividades de mídias e criações funcionais.
No Mercado dos Pinhões, a vivência do espaço público é envolvida pela áurea cintilante do resgate da cultura cearense e do sentimento de cidade vivida coletivamente, tornando-se ainda mais arrebatadora em significados. Em um momento histórico-cultural de desamparo e carência de referenciais identificatórios e de pertença, o Mercado dos Pinhões apresenta histórias de chegadas e partidas, permitindo aos seus partícipes, ainda, no processo de empoderamento dessas histórias, desenhar a cidade que desejam.
BENDASSOLLI, P. F.; WOOD JR., T.; KIRSCHBAUM, C.; CUNHA, M. P. Indústrias criativas: definição, limites e possibilidades. RAE – Revista de Administração de Empresas. v. 49. n. 1. p. 10-18, São Paulo, 2009. HOWKINS, J. The Creative Economy: How People Make Money From Ideas. London: Allen Lane, 2001. JAMESON, F.. Postmodernism, or the Cultural Logic of Late Capitalism. New Left Review. v. 23. p. 53-92. 1984. LANDRY, C. Creativity, culture and the city: a question of interconnection. In: Forum D’Avignon Ruhr. RUHR.2010 e ECCE: Dortmund e Essen, 2011