Resumo

Título do Artigo

Características do Design Experimental Aplicado em Estudos sobre Fraudes.
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Palavras Chave

Metodologia
Experimento
Fraude

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Autores

Nome
1 - Paulo de Souza Knupp
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - CPGA
2 - LUCAS MARTINS DIAS MARAGNO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - PPGC
3 - JOSÉ ALONSO BORBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - PPGA - Programa de Pós-Graduação em Administração

Reumo

A fraude é uma atividade com grande impacto social realizada de forma sigilosa o que dificulta a obtenção de informações para a realização de estudos acadêmicos. Para superar essa barreira os estudos científicos utilizam o experimento como uma forma de analisar as variáveis relevantes desse fenômeno.
Um pesquisador que decide realizar um experimento para estudar fraude pode encontrar dúvidas na forma de estrutura-lo, visto que um detalhe pode mudar o comportamento do indivíduo e alterar o que realmente se busca medir no trabalho. Dessa forma esse artigo busca apresentar parâmetros para a realização de experimentos em pesquisas futuras sobre o tema.
A fraude tem um grande impacto social e econômico (ACFE, 2016; Sutherland 1940), contudo apenas 1,43% dos casos de fraudes em demonstrações financeiras de empresas dos EUA foram divulgados pela Securities and Exchange Commission (Wuerges e Borba, 2014). O experimento é uma ferramenta metodológica que permite controlar variáveis de interesse assim como estabelecer uma relação de causa e efeito (Keik, 2012), o que o torna uma ferreamente adequada para o estudo sobre fraude.
Esse trabalho utilizou estatística descritiva para analisar aspectos metodológicos de 58 artigos que estudaram fraude por meio da abordagem experimental. Esses artigos foram publicados em revistas indexadas nas bases EBSCO, SPRINGER e SCOPUS entre 2000 e 2015. Após a análise foram apresentadas as principais características dos trabalhos para servir como base em pesquisas futuras.
Os resultados apresentam um norte para a elaboração de experimentos futuros e observou que um experimento sobre fraude em média será um Quase-experimento ou experimento randomizado aplicado em 5 sessões em laboratórios com duração média de 51 minutos cada, com 133 estudantes de graduação, tendo uma remuneração variável com média de 17,93 unidades monetárias e utiliza a estatística descritiva e a ANOVA para analisar os dados observados. Destaca-se também que alguns trabalhos não divulgaram aspectos relevantes sobre a metodologia o que pode comprometer a interpretação e reaplicação das pesquisas
A pesquisa descreve e discute características do design experimental de trabalhos já realizados sobre fraude e pode servir como ponto de partida para trabalhos futuros. Destaca-se também que foi encontrado falta de transparência em alguns trabalhos sobre aspectos metodológicos, assim como que poucos trabalhos afirmam ter a aprovação de um comitê de ética e a maior parte que o declara foi publicada nos anos de 2014 e 2015, indicando um aumento na relevância desse tipo de declaração. Outra colaboração relevante é a apresentação de estratégias para o recrutamento de profissionais nos experimentos
Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), Report to the Nation on Occupational Fraud and Abuse, 2016, Disponível em: https://s3-us-west-2.amazonaws.com/acfepublic/2016-report-to-the-nations.pdf KIRK, R. E. Experimental Design. In: The SAGE Handbook of Quantitative Methods in Psychology. london: SAGE Publications Ltd, 2009. p. 23–45. SUTHERLAND, E. H. White-Collar Criminality. American Sociological Review, v. 5, n. 1, p. 1–12, 1940. WUERGES, A. F. E.; BORBA, J. A. Fraudes Contábeis: uma estimativa da probabilidade de detecção. Review of Business Management, p. 466–483, 2014.