Resumo

Título do Artigo

A produção do espaço urbano em curtas-metragens brasileiros sobre mobilidade urbana
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Análise fílmica
Mobilidade urbana
Produção do espaço

Área

Administração Pública

Tema

Relação Governo-Sociedade: Transparência, Accountability e Participação

Autores

Nome
1 - Antonio Fagner da Silva Bastos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas

Reumo

Não é de hoje que o modelo de distribuição espacial adotado pelas grandes cidades mostra-se problemático. A cidade moderna, construída para atender a uma lógica fordista pautada na ‘eficiência’ gerada através de racionalidade tecno-instrumental, voltada para questões exclusivamente econômicas e centrada no automóvel como modal principal, não mais atende às necessidades da população urbana. Em virtude disso, diferentes sujeitos políticos se opõem a atual conjuntura espacial e defendem uma nova redistribuição do espaço público urbano que seja menos centrado no automóvel e mais nas pessoas.
Partindo dos particularismos encontrados na produção de curtas-metragens brasileiros sobre mobilidade urbana, chegamos a um universalismo que busca entender como diferentes grupos não-hegemônicos estão produzindo seu espaço de mobilidade na urbe
Lefebvre (2006) mostra que é preciso reconhecer que o conceito de espaço reúne o mental e o cultural, o social e o histórico, em resposta a proliferação de espaços racionalmente calculados. A chave para a teoria de Lefebvre é a compreensão de que a produção do espaço pode ser dividida em três dimensões – em interação e negação – dialeticamente interconectadas: o espaço percebido, o concebido e o vivido.
Selecionamos um corpus de pesquisa formado por oito curtas-metragens brasileiros produzidos a partir de 2012. Para tratarmos o corpus, escolhemos para a análise fílmica um protocolo inspirado em propostas elaboradas por Vanoye e Goliot-Lété (2002): descrição, decomposição, elos de ligação e interpretação. Estas analisadas sob a lente teórica da Produção do Espaço de Lefebvre (2006), mais especificamente na tríade espaço percebido, concebido e vivido.
Com a análise realizada é possível escrever que o espaço urbano de mobilidade construído nos vídeos selecionados é variado, porém consoante com as novas formas de se pensar a cidade sob uma lógica menos fordista e mais humana.
Como conclusão, destacamos que diferentes sujeitos estão produzindo seu espaço de forma a transformar a cidade em um modelo que coaduna com a cidade para pessoas proposta por Gehl (2013), e por outros defensores do novo urbanismo: um ambiente vivo, seguro, sustentável e saudável.
GEHL, J. Cidade para Pessoas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. LEFEBVRE, Henri. A Produção do Espaço. Tradução Doralice Barros Pereira e Sérgio Martins. 2006. VANOYE, F.; GOLIOT-LÉTÉ, A. Ensaio sobre a análise fílmica. 2. Ed. Campinas: Papirus, 2002.