Responsabilidade Social Corporativa
Rentabilidade
Índice de Sustentabilidade Empresarial
Área
Gestão Socioambiental
Tema
Desempenho Social Corporativo (CSP)
Autores
Nome
1 - RODRIGO LUIZ MORAIS-DA-SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Curitiba
2 - Thálita Anny Estefanuto Orsiolli UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Curitiba - Campus Jardim Botânico
3 - Ana Paula Mussi Szabo Cherobim UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM
Reumo
López, Garcia, Rodriguez (2007) e Ameer e Othman (2012) argumentam que o desempenho financeiro de empresas que realizam ações de sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa (RSC) pode ser positivo em relação àquelas que não possuem tais práticas. Entretanto, tal relação ainda não foi tratada de forma satisfatória na literatura, vez que não há consenso sobre o impacto que a RSC teria no desempenho financeiro, das empresas (ALSHAMMARI, 2015).
Evidencia-se menor quantidade de pesquisas publicadas sobre RSC e rentabilidade nos países em desenvolvimento (UWUIGBE; EGBIDE, 2012), bem como pesquisas que relacionem RSC e rentabilidade em prazos maiores (LOPEZ; GARCIA; RODRIGUES, 2007), vez que os investimentos em RSC podem ser melhor percebidos quando analisado período de médio e longo prazo (OGRIZEK, 2002; RUFINO et al., 2014). Diante disso, este artigo tem por objetivo investigar a relação entre a rentabilidade de empresas listadas e não listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBOVESPA no período de 2007 a 2014.
A base teórica utilizada neste artigo inclui discussões sobre a sustentabilidade e alguns índices que buscam agrupar empresa com preocupações no âmbito social e ambiental. Além disso, vários estudos que analisaram a relação entre investimento em sustentabilidade e rentabilidade são apresentados.
Foram selecionadas 15 empresas listadas e 15 não listadas no ISE. Dados financeiros anuais das empresas foram coletados no período de 2007 a 2014 para cálculo dos indicadores de rentabilidade ROE e ROA. Para a análise dos dados utilizou-se estatística descritiva e inferencial não paramétrica, através da aplicação do teste U de Mann-Whitney para os dois grupos de empresas nos dois indicadores financeiros.
Os resultados teste não-paramétrico de Mann-Whitney com o agrupamento das médias de todos os oito anos analisados (2007-2014) por grupo, corroboraram H1, identificando que tanto para o ROE quanto para o ROA, houve diferença significativa entre os grupos. Isso pode se justificar devido a transformações econômicas ocorridas ao longo desses anos, bem como pela busca de investidores em Investimentos Socialmente Responsáveis (ISR).
A relevância teórica deste estudo está relacionada com a utilização de dados financeiros de um período maior de exercícios contábeis, vez que esta é uma limitação do campo nos estudos brasileiros (OGRIZEK, 2002; LOPEZ; GARCIA; RODRIGUES, 2007; RUFINO et al., 2014). Já a relevância prática dos resultados aqui apresentados está relacionada com o argumento de que investimentos em ações de RSC podem beneficiar a empresa no que se refere aos aspectos de imagem, por exemplo, conforme já destacado em estudos anteriores (ROBERTS; DOWLING, 2002; ADAM; ZUTSHI, 2004).
LÓPEZ, M. V.; GARCIA, A.; RODRIGUEZ, L. Sustainable development and corporate performance: A study based on the Dow Jones sustainability index. Journal of Business Ethics, v. 75, n. 3, p. 285-300, 2007.
AMEER, R.; OTHMAN, R. Sustainability practices and corporate financial performance: A study based on the top global corporations. Journal of Business Ethics, v. 108, n. 1, p. 61-79, 2012.
ALSHAMMARI, M. Corporate Social Responsibility and Firm Performance: The Moderating Role of Reputation and Investors. International Journal of Business and Management, v. 10, n. 6, p. 15, 2015.
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