Resumo

Título do Artigo

DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA AOS EMPREGADOS E DESEMPENHO FINANCEIRO: UMA ANÁLISE DE TRILHA NO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO
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Palavras Chave

Riqueza distribuída aos empregados
Desempenho financeiro
Setor bancário

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Desempenho Social Corporativo (CSP)

Autores

Nome
1 - ISAC DE FREITAS BRANDÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria
2 - Marcelle Colares Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC/DC/PPAC

Reumo

O capital humano é um dos principais vetores do desempenho corporativo, o que torna o empregado um stakeholder importante das organizações. Entretanto, gastos com pessoal podem impactar negativamente a rentabilidade. Embora necessária, a avaliação do retorno destes gastos, abordando não apenas o impacto direto sobre o desempenho financeiro, mas seu impacto indireto, mediado pela rotatividade de pessoal e produtividade dos empregados, é considerada uma lacuna no conhecimento teórico e empírico.
A importância dos empregados e do setor bancário tornam relevante a avaliação dos gastos com pessoal. O problema investigado é: Qual a relação entre gastos com pessoal e desempenho financeiro nas instituições bancárias brasileiras? O objetivo geral é estudar a relação entre gastos com pessoal e desempenho financeiro, investigando o efeito direto da distribuição da riqueza aos empregados sobre indicadores de rentabilidade e o efeito indireto mediado pela produtividade e rotatividade.
A abordagem instrumental da Teoria dos Stakeholders busca relacionar a performance social com a performance financeira das empresas. Os gastos com pessoal podem ser utilizados como uma proxy da responsabilidade social da empresa com seus empregados. A literatura tem apontado que o excesso destes gastos pode reduzir a rentabilidade, ao passo que a boa aplicação destes recursos pode motivar os empregados, melhorando o desempenho financeiro pelo aumento da produtividade e redução da rotatividade.
O modelo teórico proposto no trabalho analisa o efeito direto da riqueza distribuída aos empregados sobre o ROA e o ROE, bem como o efeito indireto mediado pela rotatividade de pessoal e pela produtividade dos empregados. A relação entre os gastos com pessoal e o desempenho financeiro foi medida por meio de estimações com modelagem dos mínimos quadrados generalizados viável (FGLS, em inglês) e análise de trilha com modelos dinâmicos, numa amostra de 22 bancos brasileiros, de 2010 a 2015.
As estimações indicaram que a riqueza distribuída aos empregados afeta positivamente a produtividade dos empregados, gerando um efeito indireto positivo sobre a rentabilidade. O efeito direto da riqueza distribuída aos empregados sobre a rentabilidade foi negativo, ao passo que não se verificou efeito mediado pela rotatividade. A análise dos coeficientes de trilha mostrou um efeito total negativo, uma vez que o efeito direto negativo é superior ao efeito indireto mediado pela produtividade.
Os achados indicaram que o volume de recursos dispendidos com os empregados aumenta a produtividade dos empregados. Entretanto, os bancos da amostra não obtiveram efeito dos ganhos de produtividade sobre o desempenho financeiro que superasse o gasto adicional com pessoal, tornando este gasto adicional financeiramente ineficaz. O trabalho propõe modelo teórico que pode ser utilizado como base para análise do retorno financeiro dos gastos com pessoal em outros contextos organizacionais.
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